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sábado, 18 de março de 2017

life unstyled

a mais-valia do mundo cibernético é, na minha óptica de utilizador, a descoberta de conteúdos interessantes.
encontro coisas e pessoas com as quais é fácil eu me identificar e quando eu digo isto, refiro-me à área das letras e da decoração, que basicamente são as minhas paixões profundas.
a amazon também sabe aquilo que eu gosto e acerta na maioria das vezes nas recomendações que tem para me oferecer, ou não fosse a amazon a minha primeira descoberta feita na web, já há uns bons anos.
isto para dizer que, a minha (preciosa) descoberta recente foi o livro da Emily Henson, o "Life Unstyled"- não se trata de mais um livro de decoração, mas sim de uma série de fotografias de casas vividas, sem pretensiosismos de espécie alguma e cenários onde se pode claramente ver que há ali uma energia forte, um cunho individual e pouco standardizado.
quem me conhece, sabe que os minimalismos e a cenários monocromáticos não são de todo a minha praia, mas gostos à parte, com muitos ou poucos objectos, com muita ou pouca cor, o importante é as pessoas viverem os espaços em que habitam, como se fossem estes uma extensão da sua própria personalidade.
Façam vocês mesmos, sejam vocês mesmos e não, o copy paste de uma revista decorativa, só porque sim, porque é assim que dita a moda.
a quem  interessar isto que escrevo, sugiro que vão espreitar o blogue da Emily e garanto-vos que vale a pena tomar alguns minutos, não só pelas fotografias, mas também pelos textos sinceros de uma mulher, que tem um blogue (para além de fazer outras coisas) e que poderia apenas limitar-se à parte das viagens que faz em trabalho, da envolvência agradável, do lifestyle tão falado nowadays. Mas também está lá a referência aos problemas do dia-a-dia e picos mais difíceis que a vida acarreta, para além de tantas coisas boas. A life unstyled que retrata, atrai-me muito mais que o estilo que vejo por aí em tanto blogue e contas de instagram.
é uma questão de identificação.
acho que, num mundo cibernético composto cada vez mais por fotografias e vidas teatrais,faz falta relatos e fotografias da vida como ela é, de pessoas com as quais nos identificamos e que, de alguma forma, nos alimentam os dias.

use creativity before consumption.








  Life Unstyled book

sábado, 9 de janeiro de 2016

da violência





desculpem-me porque o assunto é pesado, mas tenho necessidade de lhe dar forma aqui.
as palavras não servem só para dizer coisas bonitas e adjectivos floreados à vida.

because shit happens.

nos últimos dias tenho notado que as notícias dão conta de um chorrilho contínuo de vítimas de violência doméstica. A certa altura dei por mim a questionar-me quantas vezes é que a comunicação social estaria a falar da mulher que havia sido decapitada, mas afinal  não era a mesma mulher.
já era outra.
e no dia a seguir mais outra.
e para além do óbvio que choca e que fala por si, revolta-me o facto de vir ao de cima que a vítima fez queixa mais do que uma vez na polícia.
isto inevitavelmente remete-me para, por exemplo, quando há uns bons anos atrás eu tive um fulano em pleno comboio da linha de Sintra, a ser descaradamente um estupor perante a minha pessoa, isto perante uma plateia, não cheia, mas considerável de outros passageiros que ali estavam e ficaram, a fazerem de conta que não viam nem ouviam, à laia do  não é nada connosco, é deixar andar.
felizmente tive a astúcia necessária para que o episódio não me marcasse mais do que esta amarga lembrança.
mas isto para dizer que vivemos numa sociedade que prefere ignorar aquilo que sabe que está a acontecer e que é grave, ao invés de agir de acordo com a sua consciência, ímpeto moral e poderes concedidos.
parece-me que as queixas destas mulheres estarão a ser pouco valorizadas, negligenciadas, caso contrário o desfecho fatídico seria evitado...ou estou errada?
há dias encontrava-me dentro de um prédio, onde proliferavam os berros guturais de um homem.
aquilo não era discussão, era um processo de destilação de ódio. A dada altura ouvi uma ténue voz feminina, a quem aparentemente não era dada permissão para falar mais alto.
era um casal e havia uma criança.
não me venham falar que para uma relação evoluir de forma saudável, é preciso discutir, tal como li algures recentemente.
o que é preciso é conversar, com mais ou menos exaltação, mas é conversar, é argumentar pontos de vista, opiniões, atitudes, é fazer sentir ao outro que consigo estará protegido e não, ameaçado.
o medo de viver corrói a própria vida, e a pessoa em vez de existir, vai sobrevivendo.
a violência doméstica é um cancro da sociedade e muitas vezes as vítimas sobrevivem, incógnitas, através de gritos mudos.
e as pessoas têm de uma vez por todas de parar de pensar que o que é mau só acontece aos outros.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

não deixes para celebrar amanhã, o que podes celebrar hoje






se há coisa que me desmotiva é perguntar a alguém como é que correu determinado acontecimento ou evento festivo, digno de uma razoável satisfação (quanto mais não seja pelo facto de estarmos vivos para celebrar o facto) e do outro lado ouço um seco e desinteressado :




                                                          " -hã...passou-se. "


eu é que me passo, pá.
eu é que me passo com o desinteresse levado a cabo na vivência dos dias, como se isto (vulgo, a vida) fosse uma fonte infinita, inesgotável e negligenciável de horas que se parecem traduzir como um autêntico frete e basicamente, um favor que fazemos ao ar, por o respirarmos.
deixem estar, este natal "passou-se". Se bem me lembro o do ano anterior também se "tinha passado", mas não há problema nenhum nisto, porque afinal de contas ainda temos 6578 natais pela frente, portanto podemos descurar estes todos que se vão "passando".
será problema meu...? serei sôfrega por assumir esta perspectiva...?
olhem, senhores e senhoras que apregoam a seco o "hã...passou-se" e que em simultâneo encolhem os ombros como se ainda tivessem um chorrilho de dias absolutamente fantásticos pela frente,
deixem-me dizer-vos uma coisa:

há momentos em que de facto podemos não estar propriamente virados para celebrar mais um aniversário, ou um natal, ou um fim de semana, ou a festa de um amigo, mas caramba, se não aproveitarmos essas oportunidades de celebração enquanto andamos aqui, no mundo dos vivos e se não rasgarmos ainda mais os níveis do riso, zelando pela preservação individual da serotonina que só existe se formos felizes...quando? quando vamos fazê-lo? quando estivermos na fila da segurança social ou à espera de consulta no centro de saúde...?
lá está. Há uns anos atrás fui submetida a uma cirurgia, não foi fácil. Quando me perguntam sobre isso ou eu própria o relembro, só me vem à cabeça uma palavra:

                                                            -passou-se.

e a seguir, é rir, partir para a "reinação", aligeirar a rudeza dos dias pouco meigos e não perder uma boa oportunidade de ce-le-brar
hoje,
agora se possível.

quanto ao amanhã, logo se vê.

Bom Ano Novo :)




  o mundo a meus pés, no meu grande mundo que é a minha casa.

domingo, 29 de novembro de 2015

good company




um destes dias em conversa com uma amiga, esta falava-me sobre a sensível questão que é sabermo-nos proteger, dizendo que afastava obrigatoriamente aquilo que lhe fazia mal.
mas a sensibilidade e ambiguidade da questão é de tal forma imensa, que por vezes as coisas não serão assim tão lineares.
porque há coisas e pessoas que fazem de tal forma parte das nossas vidas, seja por laços familiares, seja por necessidade material, seja por dependência emocional que, apesar de ser visível o grau de incómodo que nos trazem, cortar radicalmente com isto poderia tornar-se quiçá, ainda mais prejudicial.
não sei.
o que eu sei é que, a forma mais inteligente de nos sabermos proteger, não será obrigatoriamente o afastarmo-nos de tudo aquilo/quem nos prejudica, mas rodearmo-nos todos os dias daquilo que nos faz tremendamente bem.
pode ser ler um livro. pode ser escrever um livro. pode ser telefonar a alguém amigo. pode ser ir ver as montras. pode ser pôr a música alta e dançar no meio da sala, como se fôssemos rebeldes sem causa numa louca festa revivalista. pode ser ir passear o cão. pode ser dormir com os gatos em cima, de forma a não te poderes mexer. pode ser comer sushi. ou uma feijoada. pode ser acabar o dia no sofá a ver um grande filme e adormecer até babar. 
pode ser qualquer coisa, desde que te alimente o espírito.
e simultaneamente (last, but not the least), esta boa guarnição espiritual é grande auxiliadora das causas justas:
 dá-nos o arcaboiço necessário e indispensável para saber lidar com os "atropelos" dados por aquilo e quem não nos fará tão bem assim.
fácil não é,
mas é de pasmar o grau de dificuldade para o qual a determinação humana está formatada para conseguir superar.
e muitas vezes consegue-se, sabem...?

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

tenho pena

este Portugal é lindo, mas quem o vai "dominando" fá-lo mediante desígnios suspeitos, injustos e dúbios para os outros que vão "sendo dominados".
e cada dia é uma nova. Por exemplo, e trazendo à tona uma recente, temos a 'bora lá ser meiguinho para o Ricardo Salgado, tadinho, vamos perdoar-lhe milhões e atenuar-lhe a pena, já que o que ele apenas fez, foi tirar o trabalho de uma vida em poupanças, a muitos que deixaram de perceber o sentido de viver com dignidade.
Infelizmente, o bombardeio deste tipo notícias desafiadoras à manutenção de uma conduta cívica e moral, já é uma constante demorada no nosso panorama nacional.
tenho pena. Muita pena, enquanto cidadã com brio no seu país.
e o pior é que, equacionando a hipótese deste tipo de cenários sempre ter existido (talvez em número mais reduzido), mas que muito provavelmente se desenrolava de forma súbtil, qual aragem ténue , agora é tudo feito em cima da ribalta escancarada dos media, com direito a holofotes, altifalantes e amplificadores de som topo de gama.
Ora, este aparato é bom para o povo estar a par de tudo, mas é muito mau para o povo se sentir ainda mais injustiçado.

tenho pena.

pena que nos mostrem a nós, zé povinho, que se não fossemos , nem povinho, talvez nos safássemos.
acredito que haja e tenha havido muito boa gente com merecido crédito e valor reconhecido, a palmilhar o desassossego da luta pela vida, através do seu próprio trabalho, engenho e mérito.
mas caramba, não é preciso arrasar a boa vontade, o empenho, a inteligência e a capacidade de quem luta luta luta e tem a pouca sorte de o não conseguir assim, única e exclusivamente através da sua luta, do seu trabalho.
e assim é fácil atingir uma coisa chamada desespero
Acho que o Ricardo Salgado não saberá o que é isso.
que se lixe o ser-se honesto e pródigo em civismo. 
tenho uma filha, a quem tenho vindo a incutir de uma forma tão leve quanto uma criança merece, o espírito de integridade, para que se sirva disso como algo natural e espontâneo da sua pessoa, pela vida fora, porque é bom para ela e assim o será para os outros.

E depois o palco diário da vida é outro, descaracterizado.

tenho pena.



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Chamem-lhe azedume feminista

Muito provavelmente habita uma acérrima feminista dentro de mim.
E não é coisa só de agora.
Li a crónica da Clara Ferreira Alves, no Expresso desta semana e de facto, não houve uma vírgula da qual tivesse discordado.
Porque há coisas que dão muito que pensar e há coisas que são teoria, balelas atiradas ao vento, porque quando vem a questão prática, o caso muda de figura.
Nesse texto, pode-se ler tantas coisas verificadas na prática realística do quotidiano, tais como o facto da "... mulher ser raramente levada a sério, é mais escrutinada, discriminada, combatida, facilmente eliminada (...) uma mulher pode ser feia, velha, maluca, enquanto que um homem pode ser interessante, maduro, inteligente.
Um canalha torna-se um tipo complicado.
Numa lista de prestígio de 100 pessoas, 90 são homens e o resto é quota.
(...)sou contra as quotas e a favor do mérito. As mulheres precisam de autoconfiança e tempo livre, precisam de uma vida intelectual, que a maternidade, a dependência financeira e a vida doméstica não autorizam.
As mulheres têm instintivamente medo da ascensão porque sabem que implica um cortejo de insultos e ofensas físicas e morais, propagadas por mulheres que odeiam as mulheres e por homens que não respeitam as mulheres.  (...) em compensação, semana sim, semana não, uma mulher é assassinada em Portugal. Nessas notícias não falta o elemento feminino."   
Observo demasiado o que se passa à minha volta, por vezes sem ser necessário o mínimo esforço de compreensão ou fina astúcia. Trata-se de situações, umas mais banais do que outras, que instantaneamente revelam o lado negro da fragilidade.
E em muitos casos não se tratará necessariamente do aspecto frágil de um carácter feminino que se subjuga e resiste a uma intempérie agressiva de situações, mas sim de uma sensibilidade extrema, de um sentimento de vergonha tal, que conseguem converter essas rudes ocorrências, em poeiras atiradas para debaixo do tapete. Resta saber por quanto tempo.
Essa opressão, esse trato, essa desconsideração são eles sim, o lixo emergente de uma vida naufragada.

E respeito.
Respeito precisa-se.





                              
     
     
 

sábado, 1 de agosto de 2015

Ela



vai contra a minha índole, política e convicções, mostrar o rosto da minha filha aqui, neste mundo desenfreado da internet, com tudo aquilo que tem de bom, mas também de mau. Cabe-me protegê-la de olhos, interpretações e intenções alheias, de pessoas cuja índole, política e convicções são bastante duvidosas.
não tenho o gesto presunçoso de achar que aquilo que eu gosto, que eu tenho, que eu faço e que eu opino é a verdade suprema do universo, nem a última Coca Cola no deserto, mas no que respeita a este assunto, creio que seria tão melhor os outros pais deste mundo pensarem assim, em relação aos filhos menores que têm, já que estes estão desarmados em termos de defesas pessoais e apenas contam com a supervisão paterna, vulgo pessoas adultas e atentas aos tempos que correm.
a internet é um boom recente, tudo é invariavelmente mais exposto, mais divulgado, mais banalizado.
mas o facto é que tudo aquilo que no presente é trazido à tona, sempre existiu, noutros tempos diferentes dos tempos cibernéticos de agora.
felizmente, e já é característica intrínseca à minha pessoa, sempre fui alguém muito atento, em relação a mim e aos outros. Talvez por isso, no alto dos meus sete anos, não completei mais do que duas semanas das aulas de piano, porque havia algo na simpatia daquele professor que não me agradava. Pode ter sido exagero, sugestão ou simples antipatia minha, mas o facto é que não me agradou e ponto final. Acabou-se o piano. Os meus pais tiveram sempre de aceitar o facto de que desde tenra idade, eu soube sempre aquilo que quis, o que não quis e o momento em que decididamente tinha de parar algo que não me estaria a fazer bem.
ainda hoje sou assim e se mudar, será provavelmente numa outra vida, só.
faz-me uma tremenda confusão à membrana nevrálgica pais que, para além de postarem fotografias dos filhos na internet, de forma bastante exposta, estejam sedentos por revelarem de forma igualmente explícita, a agenda e os passos diários dos filhos.
por favor, não façam isso.
hoje alguém perguntou-me se eu já tinha pensado em agenciar a minha filha para catálogos e publicidade, porque tinha uma beleza de sonho, segundo as suas palavras.
não me roguei de humildade pouco sentida, porque à parte de ser eu a mãe e isso fazer de mim alguém tremendamente suspeito, tenho a perfeita noção do que vejo quando olho para a minha filha.
mas respondi apenas que um dia, quando ela tiver as suas próprias defesas e se assim for o seu desejo, de forma absolutamente deliberada, fará aquilo que entender.
não se trata de castrar a infância, mas sim saber viver os dias no mundo, tal qual como o mundo é.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

quando o tempo leva (quase) tudo na enxurrada

O inicio deste mês de Abril não foi nada fácil, começando com o cunho duro que só a morte sabe dar.
Questionamo-nos em vários momentos sobre a nossa hipotética reacção em relação a determinadas circunstâncias, traçamos quiçá alguns esboços de como tudo poderá ser, mas estaremos sempre a anos-luz de controlar a imprevisibilidade das nossas emoções, para o bem e para o mal.
E o pior é quando se pensa que outro tanto de menos bom, estará ainda por vir.
Eu não sou uma pessoa forte e admito-o, mesmo indo contra a opinião daqueles que me conhecem bem e dizem que, não sou como me penso.
Talvez por isso e por essa enxurrada que me leva e lava em tristeza, nos momentos seriamente difíceis, em momentos que me fazem confrontar com o extremismo daquilo que, nunca mais vai ser como outrora o foi, talvez por isso, eu toda a minha vida procurei saber rodear-me de pessoas extremamente fortes, sábias condutoras dos dias e com um carisma despretensioso e incontornável. É isso que eu mais admiro, a par com o altruísmo.
Às vezes sinto-me assim, sábia condutora dos meus dias e o desafio maior é fazê-lo exactamente naqueles dias em que nos apagaram a luz e não fazemos puto de ideia onde se encontra o interruptor.
Por tudo isto e muitas mais coisas, só tenho a agradecer. Agradecer a essas pessoas que me inspiram (acho que nem elas sabem o quanto), agradecer pelo que consigo sentir como meu, agradecer até mesmo à rudeza dos dias, que me mostra que a maior parte dos meus outros momentos, serão tudo, menos rudes.
Este mês começou agreste, mas a soma das horas leva quase tudo na enxurrada e o que resta do que passou, é apenas o que merece ser guardado.
Apesar de tudo,acabei de dar o primeiro passo em frente para realizar o meu grande sonho (porque os sonhos servem para serem alimentados) e,
há uma nova vida que espalha alegria cá em casa ( um cachorro de 2 meses, que em pouco tempo vai pesar mais do que eu)

é assim.
o amor e os bons sentimentos são aquela energia que se renova sempre.




domingo, 1 de fevereiro de 2015

o nobre acto de reagir




quero deixar para trás as memórias de um Janeiro agreste, penoso na alma e duro no corpo, um inicio de ano que deixou estilhaços na memória futura.
Reagir é o verbo primordial e muito provavelmente o mais individual de todos os verbos de acção.
Porque até se pode pedir a alguém que aja por nós em variadas circunstâncias, mas nunca será possível pedir a terceiros que reajam por nós; reagir é resistir, é lutar, é fazer face a.
cada um é dono da sua reacção.
cada um é responsável pelas consequências, pelo proveito do seu acto de reagir.
e este individualismo é essencial, se bem que se for alimentado por abraços alheios, tanto melhor .
Janeiro foi assim. Um mês de provas de reacção sucessivas.

quero dias melhores,para mim e para os que me estão próximos e que foram na enxurrada impiedosa dos primeiros dias do ano.

e reagir é a palavra de ordem.  

hoje Fevereiro estreia-se, num domingo com sol e estamos em casa.
já fiz panquecas, chá e café.
a miúda pequena não tem mãos a medir com tudo aquilo com que quer brincar e se o sol persistir, ainda vai dar o gosto à perna, na bicicleta.
a manhã ainda não terminou e consegui sentar-me a escrever.

reagir é a palavra de ordem.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

essenciais

hoje o dia acordou para nós, com palavras doces e gatafunhos no orvalho da manhã.

há pouca coisa melhor do que isto.

definitivamente o Outono mora aqui, com os seus brandos e ternos costumes.







e agora vou falar-vos de um livro que estou a ler (quase quase no fim) e que entrou já para o rol daqueles que nos soqueiam a seco no estômago, sem misericórdia:
de nome original "Tiger tiger" , este é o relato verídico de uma mulher que, quando criança foi deliberadamente íntima de um homem, transpondo aos olhos de nós, leitores, um universo chocante ,
tragicamente real e que simultâneamente, faz com que nós, leitores - pais , estejamos inevitavelmente atentos a todos os pormenores, todos os sinais, porque aos olhos de uma criança, o abominável homem das neves pode facilmente ser o anão simpático da Branca de Neve.
este livro foi uma boa descoberta e surpresa, surpresa essa que me foi dada a conhecer por uma grandessíssima amiga, agora pelo meu aniversário, e que no momento em que mo ofereceu, advertiu-me para o seu duro conteúdo. Foi da maneira que, deixando uns outros tantos (ainda) em espera na estante, me atirei a ele, ao livro.






entretanto, a miúda cá de casa já anda a falar no pai natal e afins.
e estamos cá para lhe satisfazermos os desejos, por isso, já andamos em pré-preparações natalícias cá em casa .

 

 e tanto que há de bom nisto tudo.






sexta-feira, 26 de setembro de 2014

da integridade. Ou falta dela.

deixem-me escrever hoje sobre a integridade.
isto é, deixem-me humildemente dissertar (mais uma vez) sobre aquela mui nobre e grandiosa qualidade de colocarmo-nos no lugar dos outros, sobre aquela seca e transparente sensação de que não gostaríamos de todo que estivessem a fazer connosco, aquilo que estamos a fazer com terceiros.
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esperem.
estava aqui a pensar e concluo que de facto é muito difícil escrever sobre quimeras.
o texto que afinal tenho para escrever sobre a integridade humana, resume-se às 4 linhas escritas acima.
escrever sobre a falta dessa mesma integridade, por outro lado, já me roubaria horas do meu dia e lá está, não tenho tempo. Para isso, já me bastam os minutos desperdiçados, em que,inevitavelmente, estou entregue aos não íntegros desta vida.

é nestas alturas que me lembro bastante dele.



*nem a propósito, hoje encontrei a minha agenda para 2015.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

a bipolaridade dos dias



Os dias têm-se registado com uma certa bipolaridade metereológica, o que me parece, muito francamente, pouco escandaloso para um mês de Setembro, com o Outono já à espreita.
Agrada-me. Desculpem lá veraneantes, mas não suporto o calor que me dá vontade de andar com um chuveiro portátil quase constantemente em cima do corpo. Tem as suas coisas boas,tem sim senhor, mas sempre fui rapariga do frio.
Foram bons os dias de praia, de passeios ao pé do mar, de jantares tardios e braços despidos na esplanada nocturna, das luas cheias a vestirem um céu descaradamente limpo, em noites quentes e convidativas a tudo, menos dormir e sossegar. Tudo isto foi bom, foi Verão. Agora é tempo de jantares regados a boa conversa, mas em casa; é tempo de aninhar no sofá e enfiar-me dentro das quase 900 páginas que comecei a ler; é tempo de fazer uma boa análise ao Meo videoclube e, last but not least ,pôr as mãos, a tesoura, os alfinetes e a agulha nos tecidos, acrescentar a tudo isto uma dose para lá de q.b. de criatividade e fazer acontecer as coisas.




    Para as coisas acontecerem:
    *é preciso a mente e o corpo igualmente acontecerem numa esfera de movimento, resiliência,
    motivação, criando uma dinâmica empreendedora que pode gerar muita coisa, menos a sensação
    de arrependimento.*
    Por isso, seja Verão ou Inverno, carpe diem, todos os dias.
 





terça-feira, 9 de setembro de 2014

reservatório dos melhores momentos

Muitas vezes falamos os dois sobre como é quase impossível conceber uma vida A.L. (antes Leonor).
Porque ela já é um tanto imenso de nós, que parece, de alguma forma, nunca termos existido, antes de ela acontecer nas nossas vidas.
Com toda a certeza , renascemos ou renovámo-nos há 3 anos atrás, quando ela nasceu.
Esta fase é muito especial (ok,são todas) porque é quando ela começa a estabelecer (uma espécie de) conversas, quando começa realmente a perceber o que é um aniversário, porque é que há uma festa, porque é recompensada com um presente, porque é que existe uma repreensão,porque é preciso fazer as coisas "assim" e não "assado" e, acima de tudo, porque ela todos os dias expressa o seu amor com autênticas declarações de "gosto de ti!", acompanhadas pelo melhor abraço desta vida.
É tudo tão belo e a fase de encantamento é tão absoluta, que queremos "congelar" tudo isto, de forma a viver nesta redoma de doces momentos, o resto de toda a nossa existência.
E foi isso que fizemos nestes últimos dias.
Fomos para outras paragens, vimos um outro céu, outros mares, pisámos chão novo ( e também do antigo, que eu gosto), ignorámos os relógios, desprezámos os minutos que se esvaem e fizemos do rir, a nossa prática diária. Foi pouco tempo, mas como eu costumo dizer, estes momentos já ninguém nos tira.
Foram congelados para sempre.







 
   

terça-feira, 26 de agosto de 2014

aprendizagem ou auto-controlo




Absolute Beginners , David Bowie

ou uma das minhas preferidas, de todos os tempos.


Quando em pequena ouvia os mais velhos a queixarem-se de que a vida era sempre a correr, não estava de acordo com eles. Claro que eu na altura, do alto da ingenuidade característica de criança, considerava que o tempo que a vida nos dava, chegava e sobrava para tudo, por vezes até se tinha de pensar no que fazer para o ocupar.
Saudades dessa inconsciência infantil.
Agora compreendo com todas as letras, com todos os poros, a razão desse queixume adulto, que sempre foi uma eterna consumição para os que me rodeavam. E ainda o é, só que agora também eu sou um deles e  faço igualmente parte desse chorinho.
Tenho um defeito terrível, que é o "síndrome da impaciência, causado pelo tempo perdido", ou seja, se estiver mais do que 5 minutos numa fila de caixa de supermercado, multibanco, ou algo do género, começo literalmente com um nervoso miudinho que me consome desde a ponta dos dedos dos pés, até à cabeça. Se nesses minutos que estiver à espera, puder aproveitar o meu tão precioso e escasso tempo, como por exemplo a sacar do livro que tenho na mala, ou a pensar em mil e uma coisas que tenho/quero fazer, já não tomarei esse tempo de espera tão perdido assim...o problema é quando sou tão somente consumida por essa sensação de insuportabilidade nevrálgica e não há leitura ou pensamento que a dissipe.
Estamos sempre a aprender. Era eu essa tal criança que tinha o tempo do mundo nas minhas mãos e tanto aprendi nessa altura, sou agora a adulta que não vai nunca fechar as portas à aprendizagem das mais pequenas coisas, que o dia a dia nos traz.
Aprender a gerir o tempo é uma delas; aprender a controlar a minha impaciência é outra; aprender a manusear os mecanismos da calma,idem.
E todos todos todos os dias há algo novo para aprender e, porque não até, nos deslumbrar com.
A prova de fogo é ter um filho, como já aqui o referi várias vezes. E é essa a prioridade absoluta, senão é melhor não os ter, os filhos.
Como tal, estando a prioridade tratada, o resto pode esperar.

Porque a criança de há  anos atrás, que se vangloriava do tanto que fazia do tempo que era muito e só seu, continua "cá dentro" a querer que seja feita a sua vontade. Com toda a paciência, arte, gestão ou perícia que isso possa envolver.



quinta-feira, 17 de julho de 2014

os pequenos nadas


noutro dia, num passeio pela baixa de Lisboa com uma amiga, desabafei que paradoxalmente tanto adoraria viver no campo, com o verde, o silêncio intercalado com os sons naturais, os animais e uma vida sossegada, como me imagino a viver no centro de uma cidade, num prédio centenário, com tectos altos e trabalhados, em que saio à rua e tenho uma parafernália de acontecimentos à minha porta.
creio que sempre senti isto e não será exactamente típico da idade.
de momento, essa plenitude idílica do campo ainda não me parece viável, ainda há muito a acontecer nas nossas vidas e sinceramente, para uma pessoa como eu que tenta evitar ao máximo andar de carro, morar num sítio campestre maravilhoso, em que para ir beber um simples café,tenho de conduzir...não me seduz. Eu vejo de facto esse cenário de campo na minha vida, mas mais para a frente.
para já, gosto de tentar unir o melhor desses dois mundos: vivemos no centro de uma cidade, com absolutamente tudo ao pé,sem necessitar de conduzir, mas ao mesmo tempo, é um bairro sossegado, cheio de flores, jardins e chilreares, onde da janela de casa, nem a lua falta a espelhar-se no rio.
vou a pé comprar o pão, beber o café, levar a minha filha à escola, a vizinhança cumprimenta-se, oferece ajuda para levar os sacos das compras, vou ao mercado, vou à florista, vou ao teatro, vou à casa de chá mais gira da cidade ( e arredores), palmilho as lojas de velharias e ainda me estendo na relva num dos sítios com a vista mais bonita do rio e de Lisboa.- a pé,tudo isto posso fazê-lo a pé.
e nem fazem ideia do quanto estas pequenas coisas podem tanto fazer pelo meu dia.






 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

a qualidade do tempo ou tempo com qualidade

Tenho uma certa inveja dos workahollics. Ou portuguêsmente falando, daquelas pessoas viciadas em trabalho. No trabalho que têm de fazer todos os dias. E que adoram.
Daquelas pessoas que não são comidas pelo stress dos minutos que têm impreterívelmente de ser contados ao segundo. Ou se são, não se importam com isso.
Confesso que para equilíbrio da minha própria sanidade mental, tenho de habitar num plano paralelo e utópico, que metafóricamente vejo como a montanha que eu tenho que escalar: todos temos que ter um objectivo de vida quando nos levantamos da cama, e o meu é este.
Para quem é sugado por esse tal stress, que é o meu caso, acho que só ambiciona atingir a esfera da quietude, num plano quase transcendente, onde os relógios não são necessários e eu não precisarei de contar os minutos para nada.
Quietude, silêncio, tempo para o que / quem é realmente importante na minha vida, ser inundada de muitas palavras,sim, mas as escritas, que tanta falta me fazem todos os dias.
Ter tempo para estar mais tempo com a minha filha e vê-la a crescer lânguidamente, sem me chocar de repente com o facto do quão crescida que ela está.
Ter tempo para pôr o meu equipamento de alpinista ás costas, que é como quem diz, a minha toda parafernália de sonhos, planos e ideias e fazer-me à montanha, cujo cume está , à minha espera.
E eu acordo de novo amanhã, com os meus pés e cabeça assentes, no objectivo de o fazer.

  

quinta-feira, 12 de junho de 2014

relatos quotidianos

Por aqui, a pouco e pouco, as coisas vão tomando o seu lugar e o ritmo,embora haja a permanente luta pela conquista do tão precioso tempo, vai adquirindo uma cadência mais tranquila.
E assim, num repente, já estamos a meio do ano, ano este que parece ainda há 2 dias ter começado.
Gosto de Junho, que para mim (e já há muitos anos) irá ter sempre um sabor de agradáveis memórias,para além do sol, do calor e das inerentes festividades.
Temos acordado literalmente banhados pelo sol. Esta casa tem tanta luz,que creio ser possível bronzear-me cá dentro. E uma boa energia tremenda.





Hoje tive a primeira visita do carteiro:


chamam-lhe "revista". Pois eu chamo-lhe uma obra de arte.






a partir de agora não vou perder um único número, o conteúdo é belíssimo e o papel é de extrema qualidade. Apaixonei-me. Para além de ter bons conselhos para a vida.
Portanto, se isto não é começar bem o dia, mais nada o é.

terça-feira, 3 de junho de 2014

depois da tempestade

...dizem que chega a bonança.
Viver cansa um bocadinho, ando para lá de exausta. Até à exaustão do seu significado mais profundo.
Mas creio que quando se alberga a alma na esperança de que amanhã será sempre um novo dia, (Scarlet O'Hara dixit) , as coisas têm de ser vistas como elas são e a paciência não tem outro remédio, senão existir,resistir e persistir. Oh se tem.
Portanto, a partir do momento que a roupa está no seu sítio, a chaleira está ao lume para preparar o chá, os gatos dormem tranquilamente, a menina rodopia descalça ao som deste som maravilhoso,

 
e eu finalmente me sento em frente ao computador a escrever, acho que já é mais do que meio caminho andado para dar repouso a mim,que já mereço.
E lá fora o céu está azul, o sol brilha, o rio em frente e os pássaros cantam.
Afinal,tudo está bem,quando acaba bem.