quarta-feira, 9 de março de 2016

a virtude

ainda a propósito do dia de ontem, que foi aquele em que se celebrou o dia da mulher, tenho a dizer que não há celebrações pontuais que possam fazer justiça à condição feminina.
como disse Simone de Beauvoir, não se nasce mulher - a menina, a rapariga, a mulher, torna-se mulher. Aqui está implícito o sentido lato e imensamente abrangente do estatuto daquela capaz de trazer a vida ao mundo e, enaltecendo de forma íntegra o seu potencial e qualidades, basicamente só não consegue aquilo por que não luta.
desculpem-me homens, mas é mesmo assim.
nasci no feminino e torno-me cada vez mais mulher, como se sorvesse avidamente desse orgulho pouco dissimulado, a  cada dia que passa.
abandono em parcelas infinitesimais o toque pueril da miúda que fui, tendo por pilar jamais perdê-la de vista.
ser mulher não se resume a passar um dia inteiro nas compras, cabeleireiros e manicures, porque a virtude não está nos apetrechos que adornam, mas na maturidade que faz crescer e fazer das adversidades, não mais que meras questões a serem resolvidas.
é com orgulho, neste ponto em que me encontro: na fase em que nada se vislumbra muito facilitado.
posto isto e acrescentando a dose razoável de necessária resiliência, resta-me dizer o seguinte:

tenham dias em grande, mulheres.
E caso não os tenham, lutem por eles.



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