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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

blue monday

já andavam a apregoar que hoje seria o dia mais triste do ano, a blue monday.
eles disseram que sim, os senhores que, insuflados pela teoria da tanga, vêm impôr no calendário a tese de que a alegria e a tristeza também obedecem a datas e parâmetros convencionais.
pois bem meus senhores , pródigos a institucionalizar até as folhas que voam com o vento, tenho-vos a dizer que as convenções não são nada a minha cena, ok...?
aliás, tenho para mim que a institucionalização e as convenções às vezes só vêm estragar o que só por si já era bonito, de tão singelo e anti-constitucionalizado que era.
se calhar sou anárquica.

pois bem, tenho a dizer que a blue monday foi uma excelente segunda-feira para mim, regada a belos prazeres, sendo um deles o cinema.
"A Rapariga Dinamarquesa" estava na minha forja de desejos cinematográficos há já uns meses, quando vi pela primeira vez o trailer. Interpretação fenomenal de Eddie Redmayne, que tanto nos mostra ser capaz de incorporar a doença de Stephen Hawking, em "The Theory of Everything", como revela ser perfeito para desempenhar a ansiedade e a angústia de uma alma a viver num corpo errado, neste "The Danish Girl". E em ambos, são histórias esmagadoramente verídicas.
Sublime.

ah. e também tive direito a sushi. só coisas tristes, portanto.  
querem um conselho..? é não dar ouvidos às teorias de tudo e para tudo e, fazer dos vossos dias a singularidade que eles merecem.
Convenções à parte, claro. :)






sábado, 7 de novembro de 2015

quantos de nós somos números primos




tenho uma inadvertida tendência para histórias que falam de assimetrias, desencontros, desamores, finais pouco esperados, socos no estômago, etc. etc.
confesso que um livro ou filme que encerra com um "e foram todos felizes para sempre", não se perpetua na minha memória por mais de três minutos, o que também não significa que eu disponho de uma veia sádica que me domina ao ponto de querer ver toda a gente infeliz.
nada disso.
trata-se apenas de um gosto pessoal, um tanto atípico talvez, mas a questão é que este tipo de enredos menos felizes, sejam eles puramente ficcionais ou baseados em factos verídicos, podem-me marcar para o resto da vida.
por isso é que quando me falam em grandes filmes, só me vem à cabeça algo que entrou e nunca mais saiu, tal como o 21 Gramas (Sean Penn), Monstro (Charlize Theron), Laranja Mecânica, A Vida é Bela, são apenas alguns exemplos.
e relativamente a livros o cenário não é diferente.
este ano li "A Solidão dos Números Primos"e apesar de não se tratar de uma obra prima a nível literário, não lhe vou esquecer o conteúdo, com toda a certeza.
citando a sinopse do livro, um número primo é inerentemente solitário, só pode ser dividido por si próprio ou por um, nunca se adaptando aos outros números. Não é de aritmética que a história trata, mas das vidas singulares de duas pessoas, que a dada altura se interceptam e acabam por reconhecer muito de si, no outro.
e no entanto, aquilo que poderia ser tão fácil e linear aos olhos das outras pessoas ditas normais, é absolutamente complexo para estas duas, igualmente ímpares.
é que por vezes lemos e vemos coisas que não cumprem apenas a função lúdica de nos entreter, mas que subtilmente nos fazem pensar e compreender outras histórias que acontecem no filme do nosso dia a dia.
e quando assim acontece, é não pensar em demasia no final, seja ele feliz ou não.  


hoje vi o filme, mas escusado será dizer que o livro é bem melhor.


domingo, 4 de janeiro de 2015

de molho

comecei o ano "de molho". Aquilo que inicialmente era uma grande dor de garganta, culminou numa gripe daquelas que dão direito a febre de 39º, a voz presa por um fio sonoro irreconhecível e o corpo rendido aos tremores e à tareia que as gripes descomunais têm para oferecer.
a parte boa tem sido dormir, como há muito tempo não o fazia.
entretanto também vi um filme, que já me tinha despertado a atenção pela temática,na altura em que saiu no cinema, mas só agora tive a oportunidade de ver.
e só vos digo que as minhas expectativas foram totalmente correspondidas.
é um filme brilhante, quer pelo tema que aborda, o lado terrífico da psique humana, quer pela forma como está realizado, quer pela excelente escolha / interpretação dos actores.
lá está, entrou directamente para o rol dos "filmes que me dão socos no estômago", pintado numa crueza que só visto.

  

quinta-feira, 3 de julho de 2014

seco,duro,cru e estupidamente real


só agora vi este filme, apesar de já o querer ver desde que saiu no cinema. Sabia de antemão que mesmo que o fosse ver no cinema, a sensação de soco no estômago seria a mesma, se caso optasse por o ver em casa, no meu sofá.
foi o que aconteceu.
claro que vindo do Michael Haneke, não estava obviamente à espera de um mundo cor de rosa e de bandas sonoras memoráveis, porque aqui o memorável que se agarra às paredes do estômago é a crueza de uma realidade, ao som de um silêncio perturbante.
a questão é que isto é mais do que um filme. isto infelizmente é o reverso da medalha de tudo aquilo que é bom na vida:  é o lado negro, o poço escuro, a caverna.
este filme, que não é bonito de se ver, retrata um exemplo dos limites da dedicação e resistência humanas, mostra-nos o quão bonitos e saudáveis e quase eruditamente infinitos somos hoje. E amanhã....somos nada.
assistir à degradação crua e impiedosa de alguém que é tanto e foi tanto para nós, é das coisas mais atrozes que existem. infelizmente tenho-a na minha história de vida e só posso dizer que felizes são os que não sabem o que isso é. 

é na grandiosidade dos sentimentos que reside o melhor da essência humana e era tão bom que se tomasse isto como ponto de partida, logo desde os primórdios da existência.

e se não quiserem saber destes assuntos para nada, não vejam este filme, esqueçam este texto, mas também não pensem que isto só acontece aos outros.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

quando o cinema assalta as palavras escritas

Há livros que nunca mais se esquecem
seja pela própria história, seja pela singularidade das personagens, seja pela forma como está escrito.
seja por tudo isto e algo mais.
quando um livro se tornou definitivamente marcante e há uma infinitude de opiniões unânimes em relação ao mesmo, o cinema toma de assalto essa história, o que nem sempre é bom.
há coisas que devem ficar assim e permanecer sempre intocáveis, como se o mínimo toque as danificasse.
a maior parte das vezes que o cinema adapta um livro à película, o resultado não é, quanto a mim, dos melhores; porque se perde uma boa parte da essência narrativa, porque chegamos ao fim a interrogar sobre este ou aquele pormenor que eram tão importantes e que de repente,ou deixaram de existir, ou ficaram irremediavelmente dissimulados.
isto tudo para dizer que vai sair um filme que é adaptação de um desses livros,cuja história é lindíssima e as personagens,marcantes.
claro está que não resisto à curiosidade de o ver, mas levo as algibeiras um tanto vazias de expectativas...quem sabe desta vez eu me engane.
             

    " sometimes people are beautiful
     not in looks
     not in what they say
     just in what they are "
      
                      Marcus Zusak, "The Book Thief"  

                                  

domingo, 21 de julho de 2013

Café de Flore

Ainda só vi o trailer, li algumas críticas,mas é o suficiente: quero mesmo ver este filme,cheira-me que é daqueles fortes,com direito a "soco no estômago", como eu gosto.
Como tal,vai-se juntar á minha colecção e eu tenho a certeza que vai valer a pena.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Take this Waltz



Queria ver este filme. Já estava listado há um tempo. E hoje foi o dia.
Creio que já disse algures por aqui, o quanto eu gosto de histórias cruas, imprevisíveis, simples, quotidianas, em que facilmente nos reconhecemos nelas e nas quais o "final feliz" não tem necessariamente de existir.
Este filme é assim, para além do regalo que foi para os meus olhos, toda a parte de cenários, guarda- roupa, pequenos detalhes decorativos que obviamente sugaram a minha atenção e a certa altura, já não sabia se lia as legendas, ou se me deliciava com a casa da Margot.
Cada vez mais sou da opinião que a Michelle Williams se adequa perfeitamente a um registo menos comercial, como este .
Conclusão,foram quase 120 minutos muito bem passados. 


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Beethoven versus Benigni - ou as coisas que nos marcam




Um é cru, despido de tabus, forte, descaradamente cruel, ruidoso, amargo.


O outro é poesia, ternamente doce, um sonho de criança, uma das maiores delícias cinematográficas.



 
 No entanto, têm em comum a questão moral, fazer actuar a nossa consciência enquanto seres humanos; lembrar o facto de que não estamos sozinhos no mundo, que o nosso nariz e umbigo não são os únicos e  que as nossas acções terão sempre o reverso da medalha;
lembrar que com parcos meios,mas que com um espírito riquíssimo e grandiosidade interior, poderemos fazer da mais terrível das situações, um cenário menos negro e acreditar sempre no dia de amanhã...mesmo que no fundo não saibamos ao certo se tal amanhã vai existir.

Estes são dois dos filmes da minha vida (dentro de uma lista de mais uns poucos) , que em nada estão relacionados, á excepção de uma coisa: marcam. E de que maneira.

domingo, 31 de março de 2013

Á procura de quem somos



Vi este filme pela primeira vez há uns anos. Marcou-me.
E tal como todos os filmes que me marcam,deixam a sua "pegada" na minha memory lane e só dali a um bom tempo é que os torno a ver. Algo que nos deixa o seu rasto "cá dentro" é para ser respeitado e assente numa espécie de livro de existência pessoal,ao qual recorremos sempre que nos seja necessário.
Voltei a vê-lo porque por estes dias comprei-o,acho que é daqueles filmes que se deve ter  e ...caramba,como é tão intensamente marcante e acima de tudo,uma puríssima lição de vida.
Não quero dizer com isto que toda a gente deva livrar-se de tudo,pôr uma mochila ás costas e subsistir no meio da natureza. A lição consiste no facto de tanta gente deste mundo andar perdida no meio de uma vida e de um mundo que não é o seu,correndo seriamente o risco de jamais vir a saber quem é,qual a sua verdadeira identidade.
O verdadeiro conhecimento de quem somos,onde queremos ir,até onde vão os nossos limites e aquilo que queremos ser para os outros,são os pilares de absolutamente TUDO.
Porque ás vezes,é apenas ao sair da chamada "zona conforto",onde quase tudo nos é acedido de forma relativamente fácil,que sabemos exactamente sobre o "onde não queremos estar". E o resto há de fluir.
Agora falando pela minha própria experiência,posso dizer que já o fiz por duas vezes na minha vida. Saí da condição "onde tudo era bem mais simples e confortável",atravessei o temível limbo da incerteza e da interrogação e fui á procura de quem eu queria ser.
Não me arrependi e com todos os problemas e dificuldades,é certo que voltaria a fazê-lo.


 
e a banda sonora a cargo do Eddie Vedder tem a sua quota parte na marca deixada pelo filme... :) 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dos acontecimentos felizes



Este foi um dos filmes que vi, nestes últimos dias. Para quem já passou pela experiência da maternidade/paternidade e todas as suas transformações inerentes (quer físicas,quer psicológicas,quer logistícas,quer à inevitável mudança da vida em si), vê aqui um fiel retrato de tudo aquilo que de facto,acontece ou pode acontecer.
Porque nem tudo tem de ser cor de rosa ou romanceado,porque os desejos podem evocar incertezas ou momentos críticos de apreensão e porque ás vezes também é preciso lembrar,que não somos seres infalívelmente formatados e que temos as nossas fraquezas.
Mas no fim,o que importa,é o que se sente. De forma incondicional.

E é bom rever esse sentimento. Vezes sem conta.

domingo, 11 de novembro de 2012

Das paixões sem limites


Elisabeth: "how did you know...? how did you know I would respond to you the way I've had...?

John: "I saw myself in you"


Hoje em dia já não se fazem filmes assim,sem que caiam inevitavelmente na vulgaridade.