e pronto. acabaram-se as festividades e os 38 já cá moram.
este ano, o convívio feminino da praxe veio a preceito,tal como pedia o convite e fomos miúdas bem dispostas, flores,muitos risos, pés descalços, música revivalista, boa comida e óptima bebida, durante umas horas que são sempre muito bem passadas.
a miúda pequena cá de casa adorou cantar os parabéns e mais uma vez se encantou com todo o semblante com o qual se vestem os festejos de aniversários, e no entusiasmo dela, revisitei o meu próprio entusiasmo que enverguei durante anos consecutivos da minha vida, mas que agora sinto que já está muito esmorecido.
agora o que eu sinto dentro de mim é uma necessidade urgente de paz, de sossego, de silêncio e claro está que estes 3 elementos são pouco coniventes com "festas". Daí também o tal esmorecimento.
o que está completamente aliado a esta minha necessidade, é o sítio que escolhi para passar os primeiros dias do meu novo ano.
Sintra está nos lugares primordiais do meu reportório privado de felicidade.
tenho a certeza absoluta que acaso eu conhecesse infinitos lugares do mundo, retornava sempre a esta vila situada no limbo entre a terra e o paraíso, suspensa sobre a natureza e que me alberga o espírito numa serenidade absoluta.
durante anos, morei muito perto, mas não o suficientemente perto para lhe sentir a sua essência esmagadoramente bela, todos os dias, a cada minuto.
e no entanto, de cada vez que admiro de perto a Serra, observo aquelas escarpas plenas de arvoredo selvagem que aparentam esconder segredos milenares, torno sempre ao lugar estranho de que tudo aquilo me é visceralmente familiar.
por tudo isto, elegi Sintra, paixão eterna, para respirar e inclusivé pernoitar, nestes primeiros dias dos meus 38 anos.
e o que retenho cá dentro dessa experiência, é um tanto dificil de verbalizar,porque há coisas que não se verbalizam.
sentem-se.