sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

do outro lado do rio




mal sabia eu, quando mudei a vida e a morada, há 6 anos atrás, que "aterraria" num sítio do qual tão pouco conhecia e com o qual num ápice me familiarizei.
a vida tem destas coisas giras.
para além de haver casas mesmo muito bonitas (daquelas tais que me põem maluca, com chão em madeira e tectos altos), há um sentimento bairrista que sempre me agradou, há uma sensação de quietude quase campestre em determinados sítios ( e temos tido a sorte de habitar sempre, ao longo destes anos, em casas que propiciam estes sentimentos).
o facto de ir a pé para praticamente todo o lado, para além de ser factor primordialmente positivo, por vezes dá-me a conhecer boas surpresas.
foi o que aconteceu um destes dias, enquanto descia a avenida, rumo a Cacilhas e me deparo com este café/loja vintage, que em nada fica atrás aos que se podem encontrar, por exemplo em Amesterdão, cidade linda, que habita o meu imaginário idílico e que é rica em espaços assim.
pois bem, trata-se de uma muito antiga loja de calçado e é daí que vem o nome, que se mantém:
Depósito da Fábrica.
agora é um espaço irresistível, altamente convidativo para todos os apreciadores do vintage.
a Carla, a simpática dona (do espaço e do extremo bom gosto) conseguiu transpôr para estes metros quadrados que estavam ao abandono, uma essência única, uma máquina do tempo deliciosa, onde nos apetece demorar. Lá, quase tudo se vende: roupa, discos, latas antigas, peças há muito desaparecidas.
serei freguesa frequente, deste depósito de maravilhas, muitas delas já arquivadas na nossa memory lane, mas que aqui tornam a ganhar vida.
...e que vida!    













* Depósito da Fábrica
   rua Comandante António Feio
   Cacilhas - Almada

domingo, 1 de fevereiro de 2015

o nobre acto de reagir




quero deixar para trás as memórias de um Janeiro agreste, penoso na alma e duro no corpo, um inicio de ano que deixou estilhaços na memória futura.
Reagir é o verbo primordial e muito provavelmente o mais individual de todos os verbos de acção.
Porque até se pode pedir a alguém que aja por nós em variadas circunstâncias, mas nunca será possível pedir a terceiros que reajam por nós; reagir é resistir, é lutar, é fazer face a.
cada um é dono da sua reacção.
cada um é responsável pelas consequências, pelo proveito do seu acto de reagir.
e este individualismo é essencial, se bem que se for alimentado por abraços alheios, tanto melhor .
Janeiro foi assim. Um mês de provas de reacção sucessivas.

quero dias melhores,para mim e para os que me estão próximos e que foram na enxurrada impiedosa dos primeiros dias do ano.

e reagir é a palavra de ordem.  

hoje Fevereiro estreia-se, num domingo com sol e estamos em casa.
já fiz panquecas, chá e café.
a miúda pequena não tem mãos a medir com tudo aquilo com que quer brincar e se o sol persistir, ainda vai dar o gosto à perna, na bicicleta.
a manhã ainda não terminou e consegui sentar-me a escrever.

reagir é a palavra de ordem.