quinta-feira, 31 de maio de 2012
E o tempo passou
Desde que houve a certeza de que havia um pequeno Ser a gerar-se cá dentro,seguindo-se uma baixa por gravidez de risco,que por sua vez culmina num bebé lindo e passando pelos meses seguintes de licença + férias não gozadas...passaram-se 18 meses. Um ano e meio passou assim,como se de areia dentro de uma ampulheta se tratasse.
Quis ficar com a minha filha o máximo de tempo que pudesse,porque não há definitivamente dinheiro algum que compense a sua evolução,quase diária. E assim foi.
A Leonor faz amanhã, 9 meses. Nove meses de bochechas coradas, gargalhadas sonoras, cabelos dourados e olhos imensamente azuis.
E como foi bom testemunhá-lo quase ao segundo,ao longo destes 9 meses.
Agora,chegou o momento que sempre esteve tão longe,tão distante...mas que num instante se faz perto : o regresso ao trabalho e à normalidade (ou nem tanto,porque tem dias que o meu trabalho é tudo...menos normal).
Mas o mais importante,é que ela existe.
sábado, 26 de maio de 2012
Momentos nossos
Nunca me foi francamente difícil lidar com a "solidão",aliás,este é um termo demasiado drástico para aquilo a que me quero concretamente referir..."estar sozinho" creio que será mais adequado.
Não sei se terá sido pelo facto de ser filha única (e apesar de achar que ter irmãos e uma familia grande é uma animação incomensurável,confesso que fui feliz no meu crescimento como única filha), mas áqueles momentos em que estou sozinha,sempre me referi a eles como..."estou comigo".
E é bom,muito bom sentir esses momentos tão nossos,em que nos circunda o silêncio,ou uma música como pano de fundo,uma vela que arde,um incenso que se consome lentamente,um chá que nos aquece a alma...neste momento da minha vida,obviamente que não haverão momentos melhores,do que aqueles que passo com a minha filha,mas confesso que (e as mamãs que lêem estas minhas palavras,decerto se identificarão com elas) no final de um dia,com a menina a dormir,após mais uma jornada de risos e brincadeiras e eu com o peito cheio de tudo aquilo que o dinheiro não compra...sabe muito bem ter momentos assim... :)
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Não há coincidências
Não sei se já alguma vez vos aconteceu,verem um filme e reconciliarem-no com factos da vossa vida.
A mim nunca me tinha acontecido...até ontem.
Por curiosidade e sugestão de uma amiga,vi o "500 days of Summer",sem grandes expectativas de ser uma obra-prima da 7ª arte,mas por vezes é bom ver coisas giras,engraçadas e "levezinhas". Ora,este filme,para além de ser giro e original em termos de realização,fez com que aquela usual nota que surge na ficha técnica ("esta é uma obra de ficção,qualquer semelhança entre esta e a realidade,será mera coincidência") descubra na minha própria realidade,toda a sua razão de existir.
E é tão estranho quando isto acontece! Porque até o raio do livro é o mesmo,com tantos livros no mundo,tinha de ser exactamente este,que será sempre especial para mim. E as palavras,os sentimentos...estão lá todos. No filme e na minha história de vida.
Porque nem sempre aquilo que é,tem de o ser para sempre; porque nem tudo o que prevalece como ideal,é o nosso eterno lema de vida,porque um dia acordamos...e a vida troca-nos as voltas todas.
Não,eu não acredito em coincidências,mas que foi um encontro muito bom rever-me neste filme...isso foi.
A mim nunca me tinha acontecido...até ontem.
Por curiosidade e sugestão de uma amiga,vi o "500 days of Summer",sem grandes expectativas de ser uma obra-prima da 7ª arte,mas por vezes é bom ver coisas giras,engraçadas e "levezinhas". Ora,este filme,para além de ser giro e original em termos de realização,fez com que aquela usual nota que surge na ficha técnica ("esta é uma obra de ficção,qualquer semelhança entre esta e a realidade,será mera coincidência") descubra na minha própria realidade,toda a sua razão de existir.
E é tão estranho quando isto acontece! Porque até o raio do livro é o mesmo,com tantos livros no mundo,tinha de ser exactamente este,que será sempre especial para mim. E as palavras,os sentimentos...estão lá todos. No filme e na minha história de vida.
Porque nem sempre aquilo que é,tem de o ser para sempre; porque nem tudo o que prevalece como ideal,é o nosso eterno lema de vida,porque um dia acordamos...e a vida troca-nos as voltas todas.
Não,eu não acredito em coincidências,mas que foi um encontro muito bom rever-me neste filme...isso foi.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Ai as Casas...
Se há coisa com a qual regozijo o meu prazer,é sem dúvida com casas bonitas.
Mas obviamente que os gostos são relativos,subjectivos e o que eu considero bonito,poderá ter uma beleza dúbia aos olhos de terceiros,porque por exemplo,não exalo espasmos entusiásticos ao entrar numa casa moderníssima,toda "xpto-hdy",com decorações igualmente modernas e minimalistas,equipadas com grande tecnologia e haverá muito boa gente que obviamente não achará muita piada aos meus,digamos,ecléticos gostos.
A minha paixão absoluta em termos de "casas" é o antigo,os tectos altos,trabalhados,o soalho em tábua corrida,paredes encobertas de história; decorações criativas, muito "handmade",combinações imprevisíveis,sem haver o cuidado extremo de "não-pisar-nem-sentar-ali-e-acolá-para-não-estragar"...porque as casas são para serem vividas e desfrutadas.
Por vezes,esbarro no caminho com casas que eu sei que,de certeza,são assim por dentro.Mesmo que estejam quase a cair de podres por fora (é uma pena deixar-se ao abandono e desmazelo tantos edificios bonitos) .
E caso sejam habitadas,como me apetece ter o atrevimento de bater à porta e perguntar se posso dar uma espreitadela e quiçá tirar umas fotos..!
Tal como fez o José Cabral,com o seu "Alfaiate Lisboeta",a fotografar indumentárias e estilos giros,eu seria o mesmo,mas...com casas.
Lembro-me que quando era miúda e já adolescente,a minha ambição não era,ao contrário da maioria (senão,totalidade mesmo) da gente da minha idade,tirar a carta de condução. Era sim ter a casa que fosse o reflexo da minha personalidade,do meu gosto,da minha descontração e à qual eu chamasse "minha".
E que alegria foi quando isso aconteceu! Na altura (há 12 anos atrás) nem sequer se pensava em alugar,era comprar e pronto (pois,os bancos eram uns mãos-largas nessa áurea época).
Depois,eu com as casas da minha vida (podia fazer um registo com este título,era bonito) agi sempre,tal como regra geral o faço com tudo o resto : sem dúvidas e sem ser preciso tempo para pensar na questão; mal a porta se abre,eu penso "pronto,está tudo dito" e será essa,"a tal". E nunca me arrependi das escolhas que fiz,porque eu acredito que a dado momento é assim, dessa forma que as coisas fazem sentido (mesmo que mais tarde e com o tempo,tais escolhas percam todo o seu fundamento,mas isso já são outras histórias...).
E é assim que eu serei sempre,disso também não tenho dúvidas.
"Home is where the heart is"- sempre gostei desta frase,porque é isso que se deve sentir,ter o coração e o principal da vida...dentro de casa. E basta-me isso para ser feliz.
Mas obviamente que os gostos são relativos,subjectivos e o que eu considero bonito,poderá ter uma beleza dúbia aos olhos de terceiros,porque por exemplo,não exalo espasmos entusiásticos ao entrar numa casa moderníssima,toda "xpto-hdy",com decorações igualmente modernas e minimalistas,equipadas com grande tecnologia e haverá muito boa gente que obviamente não achará muita piada aos meus,digamos,ecléticos gostos.
A minha paixão absoluta em termos de "casas" é o antigo,os tectos altos,trabalhados,o soalho em tábua corrida,paredes encobertas de história; decorações criativas, muito "handmade",combinações imprevisíveis,sem haver o cuidado extremo de "não-pisar-nem-sentar-ali-e-acolá-para-não-estragar"...porque as casas são para serem vividas e desfrutadas.
Por vezes,esbarro no caminho com casas que eu sei que,de certeza,são assim por dentro.Mesmo que estejam quase a cair de podres por fora (é uma pena deixar-se ao abandono e desmazelo tantos edificios bonitos) .
E caso sejam habitadas,como me apetece ter o atrevimento de bater à porta e perguntar se posso dar uma espreitadela e quiçá tirar umas fotos..!
Tal como fez o José Cabral,com o seu "Alfaiate Lisboeta",a fotografar indumentárias e estilos giros,eu seria o mesmo,mas...com casas.
Lembro-me que quando era miúda e já adolescente,a minha ambição não era,ao contrário da maioria (senão,totalidade mesmo) da gente da minha idade,tirar a carta de condução. Era sim ter a casa que fosse o reflexo da minha personalidade,do meu gosto,da minha descontração e à qual eu chamasse "minha".
E que alegria foi quando isso aconteceu! Na altura (há 12 anos atrás) nem sequer se pensava em alugar,era comprar e pronto (pois,os bancos eram uns mãos-largas nessa áurea época).
Depois,eu com as casas da minha vida (podia fazer um registo com este título,era bonito) agi sempre,tal como regra geral o faço com tudo o resto : sem dúvidas e sem ser preciso tempo para pensar na questão; mal a porta se abre,eu penso "pronto,está tudo dito" e será essa,"a tal". E nunca me arrependi das escolhas que fiz,porque eu acredito que a dado momento é assim, dessa forma que as coisas fazem sentido (mesmo que mais tarde e com o tempo,tais escolhas percam todo o seu fundamento,mas isso já são outras histórias...).
E é assim que eu serei sempre,disso também não tenho dúvidas.
"Home is where the heart is"- sempre gostei desta frase,porque é isso que se deve sentir,ter o coração e o principal da vida...dentro de casa. E basta-me isso para ser feliz.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Dos livros bonitos e da vida,que é única na sua essência
Adoro livros.Desde que me conheço. E sempre que pego num livro pela primeira vez,tenho um ritual praticamente inconsciente: cheiro-os.Não me perguntem porquê,mas é absolutamente instintivo e quando dou por mim,já estou a inebriar-me com o seu cheiro.
Tenho uma colecção de livros em casa da qual me orgulho,colecção essa que não cessa o seu crescimento,por vezes o mais problemático é,enfim,arranjar tempo para me sentar (ou deitar) e prazeirosamente divagar por entre as suas histórias e imagens.
Mas há livros que merecem especial destaque. É o caso deste último que comprei,da Victoria Alexander, "One- Living as one and loving it".
Para além de ser gráficamente,sem dúvida alguma,o livro mais bonito que eu já vi, trata-se de uma autêntica celebração à dádiva única que é a Vida.
Repleto de fotografias lindíssimas sobre pessoas,viagens,arquitectura,culturas,tal como diz a autora: "My photographs are from everywhere,all over,and mixed up to remind you and me,that we are all one.Wherever we're from.Wherever we may going".
E por entre as suas extraordinariamente belas páginas,há envelopes com recados lá dentro,colagens,lembretes...
Este livro é daqueles objectos que,se numa emergência eu tivesse de sair de casa a correr e só pudesse levar meia dúzia de coisas,ele estaria sem sombra de dúvida dentro dessa meia dúzia.
Belo e único,tal como a singularidade e beleza daquilo que evoca,nestas tantas páginas de sonho...
terça-feira, 1 de maio de 2012
"Cenas" antigas- parte 2
Não vale a pena,eu não lhes resisto.Sim,às "peças" antigas.
Há 3 anos atrás,mudei considerávelmente a minha vida e regra geral,quando ocorre uma grande mudança na vida,essa é acompanhada (nem sempre,mas muitas vezes o é) por uma mudança de "ares",de casa,de terra. Ora,foi o que me aconteceu. Eu era bastante leiga no que respeitava aos ares "a sul do Tejo",mas como mudar é coisa que nunca me assustou,rapidamente "fui à descoberta" do meu novo espaço,da minha nova "casa",por assim dizer.
Fiquei amplamente surpreendida,pela diversidade de sítios e coisas interessantes que fui encontrando e confesso que na altura não estava nada à espera ! Agora,volvidos 3 anos,continuo a surpreender-me e a considerar sempre uma verdadeira caixa de surpresas,de cada vez que deambulo pela cidade.
A zona mais antiga,como não podia deixar de ser,é quanto a mim,das mais interessantes,mas os miradouros e os restaurantes à beira-rio não ficam atrás.
Isto para dizer que ontem,inesperadamente,fiz uma dessas deambulações pedestres (sim,eu considero que é a andar a pé que se desencantam tesouros,para além de que,estacionar um carro por estas "bandas" é uma proeza difícil) e encontrei uma autêntica relíquia (isto depois de ter entrado numa loja de usados e ter visto um rádio a válvulas,dos anos 60,a funcionar na perfeição...). Lá estava "ela" : uma loja de roupa "vintage",roupa essa vinda,em grande parte...da Holanda! Pois então,"vintage + Holanda" soa a música,para mim. Conclusão: este vai ser um dos meus regulares e inevitáveis pontos de passagem,a partir de agora.
Após pesquisa minuciosa,a toda a paleta revivalista da loja,saí de lá,com um casaco e uma saia,no mínimo com a minha idade. No mínimo.
E por falar em casacos,trata-se basicamente da minha peça de roupa preferida. Posso estar em falta de camisolas,meias,roupa interior,pijamas...mas se vou comprar alguma destas coisas,é certo que acabo sempre,mas sempre por trazer mais um casaco. Talvez pense em fundar um grupo "Casacólicos Anónimos".
Não sou francamente daquelas pessoas que extasia em comprar roupa,porque admito que já não tenho paciência para centros comerciais e vias-sacras a lojas,mas este tipo de peças e de lojas,para mim tem um entusiasmo e encanto,que transcende o simples facto de "comprar roupa".
E por falar em roupa,no meu gosto pessoal e nas minhas influências,comecei a pôr em prática algo que já há 1 ano e meio,pelo menos (foi no inicio da minha gravidez e de todo aquele tempo que iria ter pela frente) : fazer roupa,de linhas simples,mas com "os ares" dos anos 60 / 70,que eu tanto adoro. É tarefa trabalhosa,demorada e minuciosa,mas é ao mesmo tempo bastante compensador,ver aquilo que fui desenhando no caderno ao longo deste tempo,ganhar "corpo" e por fim,materializar-se.
Porque o sonho comanda a vida*
Há 3 anos atrás,mudei considerávelmente a minha vida e regra geral,quando ocorre uma grande mudança na vida,essa é acompanhada (nem sempre,mas muitas vezes o é) por uma mudança de "ares",de casa,de terra. Ora,foi o que me aconteceu. Eu era bastante leiga no que respeitava aos ares "a sul do Tejo",mas como mudar é coisa que nunca me assustou,rapidamente "fui à descoberta" do meu novo espaço,da minha nova "casa",por assim dizer.
Fiquei amplamente surpreendida,pela diversidade de sítios e coisas interessantes que fui encontrando e confesso que na altura não estava nada à espera ! Agora,volvidos 3 anos,continuo a surpreender-me e a considerar sempre uma verdadeira caixa de surpresas,de cada vez que deambulo pela cidade.
A zona mais antiga,como não podia deixar de ser,é quanto a mim,das mais interessantes,mas os miradouros e os restaurantes à beira-rio não ficam atrás.
Isto para dizer que ontem,inesperadamente,fiz uma dessas deambulações pedestres (sim,eu considero que é a andar a pé que se desencantam tesouros,para além de que,estacionar um carro por estas "bandas" é uma proeza difícil) e encontrei uma autêntica relíquia (isto depois de ter entrado numa loja de usados e ter visto um rádio a válvulas,dos anos 60,a funcionar na perfeição...). Lá estava "ela" : uma loja de roupa "vintage",roupa essa vinda,em grande parte...da Holanda! Pois então,"vintage + Holanda" soa a música,para mim. Conclusão: este vai ser um dos meus regulares e inevitáveis pontos de passagem,a partir de agora.
Após pesquisa minuciosa,a toda a paleta revivalista da loja,saí de lá,com um casaco e uma saia,no mínimo com a minha idade. No mínimo.
Não sou francamente daquelas pessoas que extasia em comprar roupa,porque admito que já não tenho paciência para centros comerciais e vias-sacras a lojas,mas este tipo de peças e de lojas,para mim tem um entusiasmo e encanto,que transcende o simples facto de "comprar roupa".
E por falar em roupa,no meu gosto pessoal e nas minhas influências,comecei a pôr em prática algo que já há 1 ano e meio,pelo menos (foi no inicio da minha gravidez e de todo aquele tempo que iria ter pela frente) : fazer roupa,de linhas simples,mas com "os ares" dos anos 60 / 70,que eu tanto adoro. É tarefa trabalhosa,demorada e minuciosa,mas é ao mesmo tempo bastante compensador,ver aquilo que fui desenhando no caderno ao longo deste tempo,ganhar "corpo" e por fim,materializar-se.
Porque o sonho comanda a vida*
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