domingo, 13 de dezembro de 2015

dos essenciais à vida



há pouca coisa que eu goste tanto de fazer, quanto estar rodeada de livros, folhas em branco prontas a serem escritas, palavras para serem manuseadas.
e é curioso como estes hábitos, que são paixões e paixões essas que se tornam sérios vícios, se vinculam à nossa personalidade desde tenra idade.
agradeço eternamente ao meu pai por me ter alimentado isto desde criança, dado que todas as semanas me satisfazia o desejo de me comprar um livro.
não precisava de mais nada e, o facto de ter crescido enquanto filha única talvez tenha contribuído bastante para esta espécie de casulo que sempre reservei, de mim para mim.
não se trata de uma atitude egoísta, porque estou sempre pronta a partilhar aquilo que tenho de bom, com quem quero fazê-lo. Mas admito que tenho uma saliente costela individualista, já que estes momentos que são só meus, fazem mais pela minha sanidade mental, do que outra coisa qualquer, por muito boa que essa outra coisa qualquer seja.
não gosto de me armar em conselheira, e quem sou eu para essa presunção, no entanto há circunstâncias em que me vejo quase obrigada a dizer a algumas pessoas queixosas com a vida, que deveriam de estar mais com elas próprias, porque é importante conhecermo-nos ao ponto de nos sabermos ouvir e isto não implica necessariamente negligenciarmos tudo o resto que temos e que também é importante.
são parêntesis essenciais.
e mesmo quando não posso escapar do espaço físico no qual me situo, se derem por mim absorta com um livro na mão, é porque nada ali me interessa, a não ser as palavras em que me encontro.
mais uma vez não é presunção: trata-se de posturas e de opções.
hoje encontrei um blogue de alguém cuja escrita é fenomenal, com a qual me identifico tremendamente. Fico mais do que satisfeita quando encontro alguém com a sensibilidade de transpôr em palavras, sentimentos que à partida julgamos indefiníveis e impossíveis de materializar verbalmente. E, simultaneamente, penso que também estas pessoas devem de ter os seus próprios casulos, portos de abrigo. Gostava de as conhecer e falar com elas sobre isso.
e a propósito das palavras escritas, posso dizer que na minha vida só me falta fazer uma coisa: plantar uma árvore (mas sei quem me pode ajudar com isso)... ah..! e não é presunção: é determinação e sonho antigo.

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