Torna-se inevitável pensar no quanto vou sentir falta destes dias.
Entenda-se por "estes",os dias em que assisto de forma privilegiada,ao crescimento da minha filha,dias repletos de momentos ímpares,em que sou EU a detentora do meu próprio tempo e NÃO os parâmetros/regras ditados quase à risca,pela minha profissão.
Gosto de escalonar eu mesma as minhas tarefas,organizar tudo em função das suas prioridades e sentir,no final de cada dia,a gratificação pessoal.
"Estes",são dias em que um domingo é verdadeiramente um domingo e um dia de Natal é (ou vai ser) saboreado tranquilamente,sem a ansiedade de saber que vai ser mais um dia de trabalho,semelhante a tantos outros.
Dias em que, embora sabendo que há uma grande responsabilidade de vida,que é cuidar da minha filha da forma mais exímia possível ( e nisto eu sou mesmo muito exigente comigo mesma), é com leveza e sempre com um sorriso que o faço - nunca o peso da responsabilidade foi tão agradável e fácil de "carregar".
E é por causa deste tipo dias, particularmente especiais, que activei já há muitos anos,um mecanismo interno,ao qual denominei de "congelamento de momentos". Já não posso precisar,mas creio que isto remonta á minha infância,tal "activação"...!
O que é certo,é que graças a isto,tenho bem presente na memória momentos muito bons da minha vida,em que os pormenores (pelo menos os mais importantes) foram absolutamente congelados,numa tentativa de os ter sempre "frescos" na lembrança. Não há segredo nenhum neste processo,nem habilidades do "outro mundo"...tudo se resume a focar-me no essencial,a sorver de forma desmesurada, absolutamente CADA minuto e a valorizar apenas isso,libertando a mente de tudo o resto que a habita.
E agora,se me permitem,vou deixar de escrever aqui por hoje e escrever ali,no caderno de momentos mágicos,que dediquei á minha filha e que eu tenho a certeza que ela um dia vai adorar,os momentos "congelados" pela mãe...para mais tarde recordar.
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