finalmente começo a ouvir a familiaridade da minha voz e estou convicta que desta vez o raio da gripe vai à vida.
aligeirei inicialmente a dita e fiz mal, deveria tê-la levado mais a sério e proporcionar-lhe de imediato toda aquela panóplia de condicionalismos, vulgo antibióticos, anti-inflamatórios, xaropes e retiro domiciliário, que no seu todo se encarregam de garantir uma estadia reduzida de sua excelência ,nos organismos por si tomados de assalto.
xô daqui para fora.
falando agora de livros, ontem comecei a ler "O meu amante de domingo", da Alexandra Lucas Coelho, cuja escrita me seduziu, logo desde o primeiro texto que li dela.
e nem imaginam o que me tenho rido com a história, com linguagem bastante assertiva e sem papas na língua. Estou a adorar e creio que mais um dia e dou conta do livro.
fiquem com esta passagem, uma das muitas com as quais é fácil encontrar uma identificação pessoal :)
"há uma insolência nos gajos que fazem de conta que não sabem que são giros. Aquele tipo de gajos que olham para baixo enquanto falam porque só fumam tabaco de enrolar, e depois de acenderem o cigarro ficam a cutucar as pedras com a ponta do pé e quando levantam a cabeça olham para o fim do horizonte como se não estivessem bem aqui, ou além houvesse algo que só eles vêem, o que só realça o ângulo agudo do maxilar, a protuberância da maçã de adão, e quando subitamente olham a direito, é com aqueles olhos semicerrados de quem fuma ganzas, e depois levam a mão à cabeça, enfiam os dedos no redemoinho que é a proa deles, e sorriem de esguelha."
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