segunda-feira, 18 de novembro de 2013

as caras de poucos amigos


 Sempre que o tempo me permite, vagueio demoradamente pelo mundo cibernético e lá está, como o tempo não é coisa que abunda aqui para os meus lados,faço sempre uma triagem daquilo que me interessa ver,tal como dos minutos que dispenso para isso. 
Um dos meus interesses vai para a leitura/visualização de certos blogues,que por sua vez me conduzem a outros blogues e pontos de interesse. Em muitos deles surge a divulgação,em forma de desabafo, de comentários que foram feitos (públicos ou não) pelo facto de tais blogues mostrarem tão somente o lado cor-de-rosa da vida, famílias perfeitas,casas idílicas, lugares de sonho, receitas que correm deliciosamente bem e fotografias fantásticas,o que conduz consequentemente a uma distorção da realidade e á susceptibilidade de despertar avidamente o mecanismo da inveja.
Ora bem,o que eu vou dizer a seguir,não é nada de novo,nada de substancial,mas é a verdade tal como ela é:
se eu quiser ver uma galeria de desalento,o lado mais negro da vida,familias devastadas e lugares que roçam o epíteto de inferno na terra,basta-me para isso dedicar-me á leitura/visualização exclusiva de determinados jornais e cadeias noticiosas,onde se for preciso,vão ao local do crime e espectacularizam o ocorrido com o cadáver ali ao lado. Eu sei que isto existe,mas também preciso de saber que há o outro prato da balança,porque é de todas estas ambiguidades que o Ser Humano se constrói ( e infelizmente,por vezes se destrói), aprende e regenera.
Enquanto seres livres,temos a liberdade de opção. E eu opto por me manter informada sem cair em excentricidades sensacionalistas,a par da opção de adorar ver,ler e saber de coisas boas e bonitas.
Mesmo que sejam coisas fantásticas inerentes a outras pessoas e não a mim.
Mesmo que seja alguém a partilhar a casa perfeita,no sítio maravilhoso onde eu sonhasse viver.
Mesmo que sejam as receitas prodigiosas que eu adoraria fazer,mas para as quais não tenho jeito nenhum.
Mesmo que tenha sido a ideia absolutamente engenhosa que alguém teve e não eu.
A minha alma também se alimenta destas coisas boas. Boas para esses outros que as partilham, e que não passam de mera informação para mim. Mas que eu adoro e o meu muito obrigada por o fazerem,pois não me satisfaço com os dissabores alheios.
A inveja existe,em quase todos os componentes:  seja pelo emprego que se tem, pela familia que se tem, pela roupa que se veste, pela casa onde se vive, por infinitamente outros aspectos,porque o assunto é,infelizmente, vasto. E aparentemente,já nem os blogues escapam.
A essas pessoas dominadas e engolidas por tal espécie de sentimento,só me ocorre dizer: get a life.      

                                            

3 comentários:

  1. Nos blogues não me aborrece nada essa tomada de posição, até porque gosto de seguir blogues para me distrair e inspirar em boas coisas, sejam elas casas, comidinha da boa, viagens a lugares lindos ou belas histórias de amores e/ou amizades. O que me aborrece é quando conhecemos as pessoas e as suas histórias na vida real, e privamos com elas, e sabem perfeitamente que a vida não é assim tão cor de rosa, mas depois passam uma imagem completamente contrária à realidade. Mas nesse caso, abstenho-me de fazer qualquer comentário... As pessoas são estranhas, tens razão. Mas sempre foram, agora mostram-se é mais. Só não sei bem qual é o lado que mostram mais ;)

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