domingo, 28 de setembro de 2014

chère Brigitte





esta paixão já é antiga.
graças a ela desenvolvi muito cedo, uma relativamente boa fluência em francês, já que foram centenas as páginas lidas nesta língua.
admiro-lhe o espírito livre, quase animal; admiro-lhe a doutrina de cabelos ao vento; a postura "anti plásticas" e "anti convenções"; admiro-lhe a joie de vivre com a natureza ; admiro-lhe a beleza felina e a resposta pronta, sem receios.
faz hoje 80 anos e há mais de 20 aconteceu o coup de foudre, vulgo, paixão à primeira vista,como praticamente tudo aquilo por que/quem me apaixono na vida.

brigitte,tal como tu me escreveste num postal, num dos meus memoráveis aniversários ,


  Je vous serre aussi sur mon coeur.






sexta-feira, 26 de setembro de 2014

da integridade. Ou falta dela.

deixem-me escrever hoje sobre a integridade.
isto é, deixem-me humildemente dissertar (mais uma vez) sobre aquela mui nobre e grandiosa qualidade de colocarmo-nos no lugar dos outros, sobre aquela seca e transparente sensação de que não gostaríamos de todo que estivessem a fazer connosco, aquilo que estamos a fazer com terceiros.
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esperem.
estava aqui a pensar e concluo que de facto é muito difícil escrever sobre quimeras.
o texto que afinal tenho para escrever sobre a integridade humana, resume-se às 4 linhas escritas acima.
escrever sobre a falta dessa mesma integridade, por outro lado, já me roubaria horas do meu dia e lá está, não tenho tempo. Para isso, já me bastam os minutos desperdiçados, em que,inevitavelmente, estou entregue aos não íntegros desta vida.

é nestas alturas que me lembro bastante dele.



*nem a propósito, hoje encontrei a minha agenda para 2015.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

a bipolaridade dos dias



Os dias têm-se registado com uma certa bipolaridade metereológica, o que me parece, muito francamente, pouco escandaloso para um mês de Setembro, com o Outono já à espreita.
Agrada-me. Desculpem lá veraneantes, mas não suporto o calor que me dá vontade de andar com um chuveiro portátil quase constantemente em cima do corpo. Tem as suas coisas boas,tem sim senhor, mas sempre fui rapariga do frio.
Foram bons os dias de praia, de passeios ao pé do mar, de jantares tardios e braços despidos na esplanada nocturna, das luas cheias a vestirem um céu descaradamente limpo, em noites quentes e convidativas a tudo, menos dormir e sossegar. Tudo isto foi bom, foi Verão. Agora é tempo de jantares regados a boa conversa, mas em casa; é tempo de aninhar no sofá e enfiar-me dentro das quase 900 páginas que comecei a ler; é tempo de fazer uma boa análise ao Meo videoclube e, last but not least ,pôr as mãos, a tesoura, os alfinetes e a agulha nos tecidos, acrescentar a tudo isto uma dose para lá de q.b. de criatividade e fazer acontecer as coisas.




    Para as coisas acontecerem:
    *é preciso a mente e o corpo igualmente acontecerem numa esfera de movimento, resiliência,
    motivação, criando uma dinâmica empreendedora que pode gerar muita coisa, menos a sensação
    de arrependimento.*
    Por isso, seja Verão ou Inverno, carpe diem, todos os dias.
 





terça-feira, 16 de setembro de 2014

as intermitências da vida







Agora, pelo seu aniversário, comprámos-lhe uma bicicleta.
Uma bicicleta que veio com um pacote de recordações instantâneas, as quais já um tanto diluídas na minha memory lane, mas que num ápice ( os prodígios inigualáveis da mente humana ) invadiram o meu presente.
A menina que seguia em cima dela, em curvas ondulantes e desajeitadas, era eu, amparada cuidadosamente pela mão firme e consciente do meu pai, que simultaneamente me dava as instruções indicadas para que eu atinasse com os pedais.
Por instantes, aquele pacote de recordações instantâneas que veio com a bicicleta da minha filha, fez-me sentir por inteiro um passado diluído já em 30 anos de vivências.
Por instantes o meu pai ainda estava comigo, inteiro, sem doenças a trespassá-lo, a ele, e a mim, cujo trespasse me fez rasgos para sempre.
Por instantes, fui eu, a menina do meu pai, a aprender a andar de bicicleta.  

terça-feira, 9 de setembro de 2014

reservatório dos melhores momentos

Muitas vezes falamos os dois sobre como é quase impossível conceber uma vida A.L. (antes Leonor).
Porque ela já é um tanto imenso de nós, que parece, de alguma forma, nunca termos existido, antes de ela acontecer nas nossas vidas.
Com toda a certeza , renascemos ou renovámo-nos há 3 anos atrás, quando ela nasceu.
Esta fase é muito especial (ok,são todas) porque é quando ela começa a estabelecer (uma espécie de) conversas, quando começa realmente a perceber o que é um aniversário, porque é que há uma festa, porque é recompensada com um presente, porque é que existe uma repreensão,porque é preciso fazer as coisas "assim" e não "assado" e, acima de tudo, porque ela todos os dias expressa o seu amor com autênticas declarações de "gosto de ti!", acompanhadas pelo melhor abraço desta vida.
É tudo tão belo e a fase de encantamento é tão absoluta, que queremos "congelar" tudo isto, de forma a viver nesta redoma de doces momentos, o resto de toda a nossa existência.
E foi isso que fizemos nestes últimos dias.
Fomos para outras paragens, vimos um outro céu, outros mares, pisámos chão novo ( e também do antigo, que eu gosto), ignorámos os relógios, desprezámos os minutos que se esvaem e fizemos do rir, a nossa prática diária. Foi pouco tempo, mas como eu costumo dizer, estes momentos já ninguém nos tira.
Foram congelados para sempre.