sábado, 24 de agosto de 2013

reflexões que são o espelho da alma

Há um poema, do Pablo Neruda, com o qual me identifico inteiramente e creio que cada um de nós deveria de ter este poema dentro de si. Ainda antes de o ler e conhecer, já o envergava sem saber.
Já antes o havia pensado,reflectido,posto em prática. Existe nele uma prática que não considero libertina,nem revolucionária, mas sim o extravasar de uma liberdade justa e inata ao Ser Humano.
É o negar do processo embrutecedor que é o esmorecimento provocado por uma rotina que não se gosta ,é o negar da resignação,do conformismo,do "tenho medo de arriscar e acho que não consigo ir mais longe".
Não me acho mais do que ninguém,não estabeleço comparações nem equivalências. O que simplesmente concluo,já há muito tempo,é que há sempre uma meta a atingir,consegue-se sempre um pouco mais. E mais. Porque eu consigo. Eu consigo. E vou conseguir.
Ao longo do meu crescimento enquanto pessoa,fui caminhando e fui conseguindo,independentemente das dificuldades encontradas. E apesar de ver nesta etapa da minha vida, certas coisas já bem definidas e cimentadas,eu continuo a querer fazer e continuar caminhando.
Acho que é basicamente isto,a que Neruda se refere:

"Quem morre?"

Morre lentamente,quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não se arrisca a vestir uma nova côr ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem prefere o preto no branco e os pontos nos "is",em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e corações aos tropeços.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos (...)



terça-feira, 20 de agosto de 2013

I´m just a curious mind





e as mentes curiosas apenas precisam de liberdade,de agir, de descoberta.

Acredito piamente que numa outra vida fui gato. 

domingo, 11 de agosto de 2013

a gula


Sou uma grandessíssima fã de fotografia,adoro ficar tempos a fio a admirar fotografias que encontro em revistas, livros e agora também,nos blogues. As fotografias que retratam comida,se forem de facto bem conseguidas, captam inteiramente a minha atenção.
É caso para dizer que a gula absorve e apodera-se sem escusas,nem pudor, dos sentidos do ser humano. Vai tudo para além da simples necessidade básica que é o alimento.
Acreditem que se puser os olhos num livro de culinária com fotografias maravilhosas, compro-o mais propriamente pelas fotos,do que pela intenção de pôr em prática as receitas ( gosto muito de cozinhar,mas não muito de seguir o que está escrito. Prefiro inventar..! )
Por isso é que não resisto a uma bela mesa posta, a um prato deliciosamente tentador ...á vista! a isso junto um ingrediente imprescindível ( e é bom que o tenha á mão!), que tem uma lente e se chama máquina fotográfica. É giro rever,mais tarde, a compilação do registo de detalhes tão simples quanto a torre de crepes feita para um pequeno almoço invernoso, como o momento de criativa realização de um bolo. Se é capaz de nos tirar um sorriso dos lábios,porque não?
  









e como parece que voltámos a dias de temperaturas bem quentinhas (bem típico do verão mais frio dos últimos 100 anos,diga-se), o ideal é despachar-mo-nos na cozinha com uma salada fresca...e mais uma foto,claro :)



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

a vida vista de barriga para o ar























Após um post amargo (de vez em quando desabafar é preciso,não é..?), este que hoje vos trago é doce em cada pedaço e é exactamente nesta espécie de momentos que assenta o nome deste blogue: é que a vida não tem mesmo nada de banal.
Por isso,se ela nos dá limões, é bom que façamos a nossa limonada.
Basta ter um dia inteiro para o espremer-mos como nos aprouver,juntar amigos,servir um almoço há muito prometido, ceder á lei da gravidade dos corpos e eis que, de uma só golada, nos refrescamos daquilo que a vida nos dá de melhor. Tão simples,não é?
E como este tipo de momentos podem ser autenticamente revivalistas, obviamente que a banda sonora não pode falhar. Esta foi uma delas.


Um brinde. Á magnifica e grandiosa simplicidade da vida.     

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

este é um texto muito áspero

Agora a desculpa que serve para quase tudo é: a crise.
A crise. A crise. A crise.
No entanto eu continuo a não ver onde está a crise nos centros comerciais cheios, nos supermercados cheios, nos restaurantes cheios, e mais umas quantas coisas cheias de portugueses com os bolsos cheios de crise e ávidos de lazer.
É,este é um post azedo. Azedo porque estou um bocadinho pra lá de farta de agora (ena!!!! é a pedra filosofal!!) o mistério ter sido desvendado e a tudo ter sido finalmente atribuído o nome que faltava: C-R-I-S-E
Sabem onde eu vejo a crise? não,esperem. Sabem onde eu sinto a porcaria da crise ? na pobreza de espírito individual,que cada vez é mais alarmante; na cara de desespero das pessoas a praticarem horários de trabalho e por vezes,até condições de trabalho humanamente impraticáveis, a sacrificarem o seu tempo precioso de vida pessoal e familiar em prol de ordens e "manda-chuvas" e estupidez inqualificável,por parte de quem jamais saberá o significado mui nobre de certas palavras,tal como "humanismo" e "sacrifício". Sinto a crise nessas caras,que de certeza estão a fazer algo que está muito longe de lhes dar o mínimo de satisfação/realização pessoal e que arriscaria dizer que se ali estão, é porque têm bocas para alimentar em casa e não para ganhar uns trocos para ir comprar sapatos de marca. E isto já para não falar na pior de todas as crises,que é o infortúnio de quem não tem/perdeu o meio de subsistência e tem de se fazer á vida. Triste é não ter o que comer . Triste, não é ter de comer em casa,porque não tem dinheiro para ir comer a um restaurante.
A crise está no défice de coerência, de consideração, de honestidade, de seriedade, de respeito.
A crise está no valor das relações pessoais, que com tanta falta do essencial, com tanta unilateralidade, com tanta focalização no seu próprio umbigo, perdem toda a sua razão de ser e podem ser mandadas para o lixo.
Crise está tantas vezes em quem fala de barriga cheia. Crise está em quem só quer receber e jamais pensa em dar.

é,eu avisei que este ía ser um post azedo.