terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As voltas que a vida dá



São tantas as voltas da vida,que considero normal,de vez em quando,andarmos nós próprios com a cabeça ás voltas. Quando me vejo a mim e às voltas que eu dei,até chegar à vida como ela é agora,não deixo de esboçar um sorriso e um certo ar absorto de admiração,pois até há poucos anos atrás não concebia a entrada de certas coisas na minha existência.
Duas delas,as mais gritantes de todas,eram sem dúvida casar-me e ter filhos. E se me dissessem,na altura que tal viria a acontecer-me,a par de uma valente gargalhada,eu daria um redondo e sonoro: Impossível.
E depois a vida dá voltas e ficamos zonzos e vemo-nos de um momento para o outro,num outro registo,completamente diferente daquele que tinhamos até então.
Para mim,casar era uma mera formalidade,aliada à palavra dada a uma pessoa,em que se faz um juramento. E eu não gostava de jurar nada,para além de que sempre levei muito a sério a minha palavra.
Para mim,ter filhos deveria ser um acto profundamente sentido,desejado e responsável,porque ser mãe/pai,a meu ver,é o papel de maior responsabilidade que existe e em nada deverá ser descurado. E eu nunca o sentia verdadeiramente,ao ponto de me sentir capaz de vir a assumir tamanha responsabilidade.

E eis-me agora,aqui,neste momento.
Dei a minha palavra a uma pessoa,num momento em que não se pretendia formalidade,mas sim celebração de um estado muito feliz;
Tenho uma menina maravilhosa,que espalha a sua pequenina,mas tão imensa vida,pela casa,por nós,por todo o sítio onde passa. Já mal me lembro como era viver,antes dela...

As voltas da vida são tramadas... :)  

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A casa dos meus sonhos



Antes de começar exactamente a escrever o real propósito deste texto,preciso de fazer uma pequena contextualização: eu sou uma pessoa estranha.
Sou estranha porque desde há muitos anos,que sonho coisas que acontecem,umas concretizam-se de forma mais dissimulada,outras são exactamente como no sonho e outras realizam-se exactamente no dia a seguir. E não é apenas em relação aos sonhos. Ontem por exemplo,estava no carro e no momento em que ía mudar de estação de rádio,pensei: "não,não mudo...a seguir vai dar Vaya Con Dios". A música que deu a seguir foi "Don't cry for Louie",dos Vaya Con Dios. Juro.
É,eu sou assim. Quem me conhece bem,já sabe como eu sou e confesso que por muitos anos que passem,é absurdamente difícil para mim admitir esta realidade.
Bom,mas isto para dizer o quê? já há uns bons tempos,provavelmente há uns dois anos,que de vez em quando sonho com uma casa. É sempre a mesma casa,é sempre uma paixão avassaladora pela casa,é sempre a euforia de ir viver para aquela casa e...sempre o mesmo desconsolo ao acordar: afinal,estava tudo ali e puf! acabou o sonho,não há mais casa.

Sempre sempre sempre a mesma casa.

Não consigo entrar em grandes detalhes,para além da minha absoluta paixão pelo espaço. Lembro-me que é antiga (se não fosse,é que seria de estranhar,não é?),mas mesmo antiga,sem remodelações e até a precisar de reparos. Entra-se numa espécie de átrio,há um pequeno jardim e umas escadas que dão para a casa. O quarto tem portadas brancas de madeira e tem vista directa para o jardim. O chão é lindo,em madeira (claro!). As divisões não são muito grandes,mas toda a disposição da casa é fascinante,quase labiríntica...e como se não bastasse,hoje sonhei novamente com esta casa,mas desta vez estava decorada,a meu gosto. Lembro-me que rejubilava,num entusiasmo desenfreado,no meu sonho.
Uma vez acordada,veio aquele desconsolo imediato,a tomada de consciência,o puf!  mas depois fico bem disposta para o resto do dia. Não há explicação. Provavelmente tenho de consultar um psicanalista.
A questão é: tendo em conta a minha tendência premonitória,será isto um sinal?  virei eu algum dia a conhecer este sítio absolutamente maravilhoso,no qual habito em sonhos?
Se encontrarem ou conhecerem  uma casa que corresponda a esta parca descrição,avisem-me :) enquanto isso ...vou sonhando com ela.

ps. a foto acima é da nossa última casa.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dar e receber




Baseando-me na letra desta música fantástica,que ouvi há dias (posso bem dizer que foi amor à primeira "escuta") e querendo evitar clichés,a verdade é que de facto,"we have to give,to get back".
Mas atenção,não se trata do acto de dar,como meio para atingir o fim,que será receber.
É dar deliberadamente,de forma genuína e despretenciosa.
Porque infelizmente há demasiadas pessoas "mazinhas". E eu digo "mazinhas" porquê? porque não são más ao ponto de serem cruéis,mas são más ao ponto de se regozijarem com pequenos nadas que afectam a vida alheia; são "mazinhas" porque lhes faz mossa as felizes particularidades da vida alheia.
Ou então chamemos-lhes simplesmente "pobres de espírito",porque também se aplica.
Oh well.
Seja como fôr,se instalarmos uma agradabilidade sincera no dia a dia, cujo principio base assenta na boa educação,a sensação é de leveza,até mesmo em relação a algo ou alguém que de agradável...não tem nada. Saber viver tem muito que se lhe diga,não tem? mas não me lembro de ter ouvido alguma vez de que seria fácil. :)

just give. and then you'll see what you get back.

domingo, 13 de janeiro de 2013

O meu mundo de papel

 
Livros. Cá por casa há muitos e variados
Creio que foram os primeiros grandes amigos que tive na vida e arrisco em dizer que será certamente o meu grande vício. Depois,não quero que mos emprestem,porque eu gosto de os ter para mim,gosto que seja eu a folheá-los pela primeira vez. Portanto,é coisa que não sai barata.
Estas são algumas das minhas últimas aquisições:

*Apples for Jam- um livro literalmente delicioso,em que as suas mais de 400 páginas se alternam entre fotografias e receitas especialmente elaboradas para as pessoas pequeninas. Isto porque eu não vejo a hora e idealizo vezes sem conta,os momentos em que eu e ela faremos uma dupla imbatível na cozinha,cada uma com o seu avental :)




*Apartment Therapy- agora,a delícia é outra. Este está carregadinho de fotografias fantásticas,de casas reais,cujas ideias de decoração/criatividade de quem as habita,não serão menos fantásticas!




Tendo em conta que leio sempre dois livros ao mesmo tempo e que esse mesmo tempo às vezes mal me sobra para me coçar,não sei em quantos milhares de minutos conseguirei "despachar" estes todos que me esperam. Mas seja como fôr,eu gosto de olhar para eles,a esperarem pacientemente por mim...



E porque há sempre um espaço considerável para as revistas,destaco a "Paris Match",com um especial dedicado a uma das mulheres mais especiais (para mim) de todos os tempos,Audrey Hepburn: não houve nem há criatura que combine de forma tão harmoniosa,a feminilidade,a postura,a delicadeza,a elegância e a extrema sensibilidade. E um Ser Humano incrível.

 

E para terminar,uma banda que descobri recentemente e na qual fiquei "fisgada",os Alabama Shakes.

Uma boa semana* e é sempre bom não esquecer de arranjar sempre uns momentos,para fazer o que nos dá prazer*

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Há dias...

...que são de esforço,que são de côr ténue,esbatida.
Há dias em que não apetece fazer nada,nem falar com ninguém,mesmo que se trate de algo que adoremos fazer ou de alguém com quem gostamos de estar.
Há dias em que isto acontece,não se sabendo particularmente a causa específica de tal acontecer.
É verdade que desde o inicio do ano,entre trabalho,constipação (à séria) da pequenota cá de casa e logo de seguida uma faringite minha,a vontade para fazer seja o que fôr,para além de dormir,é quase nula- mesmo que o mundo "pulule" em meu redor. Sacarem-me sorrisos neste tipo de estado,é tarefa árdua.
Mas quem é que não passa por momentos assim? A minha postura perante os outros e perante a vida,será tudo menos hipócrita. Não lido bem com hipocrisia. Como tal,por acaso,neste preciso e exacto momento,até me apetece escrever. Aqui. E estou a fazê-lo. E não valia a pena dissertar sobre quão bonito é ouvir os passarinhos pela manhã e a "côr-de rosice" deste mundo maravilhoso,porque I'm not in the mood for that.
Depois penso: ok,está tudo bem,não há nada de grave a acontecer na minha vida,é só mais um dia de neura e,talvez,tudo se resuma a uma conjugação implacável: cansaço + falta de tempo/disposição para coisas que me fariam tão bem à alma.
São dias de neura,em que tudo culmina num básico e sucinto: "não me apetece".
E é esperar que nada nem ninguém que me enerve (à séria),se cruze no meu caminho.
E é pensar (à grande) como a Scarlet O'Hara no "E Tudo o Vento Levou".

after all,tomorrow it's another day.
 
E também há dias em que os posts não vêm acompanhados,nem de fotografias,nem de vídeos.
Mas isto passa...