sexta-feira, 26 de julho de 2013

Filha


Há dias conversava com uma amiga sobre o "ser mãe". Eu sou,ela não o é, mas como grande parte das mulheres, claro que o pensa.
O que lhe disse foi que, sem qualquer cliché, era de facto a experiência de uma vida e a mais séria das responsabilidades. E que não valia a pena converter em algo mensurável tal sentimento - de facto só quem o é, só quem o sente na pele,nos poros,no coração,no sangue, é que consegue perceber que não está a exagerar e que talvez, tudo não seja tão cliché assim.
Agora não consigo conceber sequer a ideia de que vivi a maior parte da minha vida, excluindo tal desempenho da minha parte. Como pude pôr tão firmemente a hipótese de que ser mãe era,para mim,carta fora do meu baralho...?

Como poderia eu agora conceber a minha vida...sem ela? é simples: não concebo, é o vácuo.

Este post vem particularmente a propósito de ter lido hoje, num dos livros que ando a ler, as esmagadoras palavras que definiram tão bem a relação mãe/filho, na sua magnânima perfeição:

"...e eu olhei nos seus olhos (...) e soube tão profundamente que o nosso amor era mais imutável do que as rochas, do que a montanha, do que o céu todos os dias, todos os dias, todos os dias até ao fim do último fim depois do fim da eternidade."

         in, "Uma Casa na Escuridão"   José Luis Peixoto 

1 comentário: