sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aquilo que o dia do meu casamento foi e não foi



  

Poderia começar por dizer,que este foi um dia com o qual sempre sonhei,desde menina; 
   
 Poderia de igual forma dizer que foi atempadamente organizado,minuciosamente planeado e que tudo e todos,obedeciam  aos preceitos e indumentárias protocolares,que um casamento implica.

  Mas não.
  Nunca foi um sonho,desejo meu (nem dele) casar-me e principalmente o contexto em que toda esta  
  história se iniciou,remonta a uma fase da minha vida em que eu estava em ponto de viragem,de puro individualismo.
  Basicamente,foi no momento em que não queria ser namorada de ninguém, que me comprometi a  
  ser a mulher de alguém.
  Foi tudo absolutamente rápido,inusitado,imprevisível. Falámos os dois em casamento,3 semanas após o nosso 1º encontro. Isso mesmo,3 semanas.
  E daí até ao dia do casamento (que também foi escolhido num ápice), restavam-nos apenas 3  meses,
  pouco mais do que isso.
  Poderia agora dizer-vos que a partir deste momento foi tudo um stress,numa imparável corrida contra o tempo,mas não foi. Na verdade foi tudo preparado e delineado a um ritmo natural e descontraído,como se os dias não fossem demasiados curtos para O dia que se aproximava a passos largos.
    Uma certeza ficou logo assente e a partir daí,tudo se desenrolaria: seria na praia. Uma festa na praia.
  E que praia tão bonita era aquela e tão mais bonita ficou.
  Com a praia escolhida,seguiram-se as questões legais (que fluiram rápidamente), a escolha dos padrinhos (que na altura era óbvio sobre que pessoas recaíriam as escolhas), os convites ( a ideia era ser algo bem simples,como um desenho e algumas palavras. 
 Falei com o Ricardo Rodrigues,ilustrador fantástico,cujo trabalho admiro imenso. E com uma simpatia tremenda,o Ricardo presenteou-nos com esta lindíssima ilustração.



quanto ao vestido,posso-vos dizer que faltava pouco mais de 1 mês para o dia do casamento e ainda não o tinha escolhido.
 nunca fui fã de casamentos,para dizer a verdade. Não me identificava com o "programa" e
com a "pompa e circunstância",nem com o tipo de vestido cerimonial (e alguns a extravasar o exagero de folhos, de tule e...de preço), nem com as poses para a fotografia e muito menos com os balúrdios gastos em tudo isto e mais alguma coisa.
além do mais,estas questões até então, apenas povoavam o meu imaginário opinativo e nada mais do que isso,porque lá está,não fazia parte dos meus planos casar-me. Não era por não ter respeito pelo casamento,porque o gesto em si (o compromisso de duas pessoas em,supostamente,unirem-se para sempre) era algo digno de respeito,mas a questão é que nunca me senti capaz de fazer tal juramento...e eu sou o tipo de pessoa que quando dou a minha palavra,gosto mesmo de a cumprir. 
então,quando menos se espera a vida troca-nos as voltas todas e o que não era,nem nunca foi,passa a ser e se eu decidi fazê-lo,era porque de facto,me senti capaz de dar essa "minha palavra"...
quanto ao vestido,aproveitei uma viagem a Amesterdão e trouxe-o de lá,de uma loja vintage .
e não poderia ter sido outro.

também poderia dizer-vos que o tão aguardado dia,em pleno Verão,chegou cheio de sol e calor.
Não. O dia 29 de Junho de 2009 não poderia ter começado mais chuvoso e cinzento.
A velha máxima do "molhado é abençoado" é deveras bonita e reconfortante,a não ser que...o casamento seja na praia,claro está.
Mas horas mais tarde,o insólito,o inesperado,o imprevisível...o milagre,aconteceu: a tempestade cedeu lugar literalmente, à bonança.
O sol instalou-se esplendorosamente e nunca ninguém diria que horas mais cedo, o tempo tinha estado tão, mas tão mau.

Bom,também não vos vou dizer que fui uma noiva com tratamentos e arranjos especiais,porque não fui. Mesmo.
Na casa de praia de uma amiga (que me cedeu genuinamente,não só a casa,bem como toda a sua inteira disponibilidade para aquele dia) foi onde fiz a minha "preparação" enquanto noiva.
Como se de uma tarde entre amigas se tratasse! Não houve penteados elaborados,ensaios prévios e outros que tais: foi tudo "homemade",porque era assim que se coadunava com a minha forma de ser.


o que posso realmente dizer com toda a certeza,é que foi lindo,inesquecível,mais perfeito do que qualquer sonho que eventualmente pudesse ter tido com o dia do meu casamento...mas que, lá está,nunca tive.
foi assim,muito simples e desmesuradamente único,esse dia,num final de Junho,que se vestiu inicialmente de inverno,mas que culminou em verão, um dia que se fez noite, numa noite onde nem a lua cheia faltou num reflexo imenso sobre o mar.
Sim. Foi mesmo assim. Dou-vos a minha palavra .










2 comentários: