segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Cenas" antigas


O "vintage" é uma tendência que creio nunca ter estado tão em voga,como actualmente. E quem é um apreciador,tal gosto reflecte-se inevitávelmente no decor do espaço que habita,na música que ouve,no próprio estilo pessoal,enfim,numa panóplia quotidiana.
Como já referi algures "por aqui",não sou seguidora de tendências,mas o que é certo,é que esta é uma moda que me atrai bastante,lá está,não por ser "moda",mas porque vai fortemente ao encontro da minha forma de ser e estar.



Em miúda adorava as feiras de antiguidades; as melhores prendas eram livros já gastos pelo tempo; adorava folhear vezes sem conta as revistas de moda dos anos 70 que a minha mãe tinha guardadas...e o universo de relíquias (coisas simples,mas maravilhosas...e ai! se eu as "apanhasse" hoje...) da casa dos meus avós,era algo que me fazia indagar sobre todas as histórias ali,naqueles objectos,preservadas.
Hoje em dia,adulta,a tendência mantém-se inevitávelmente : a arquitectura quanto mais antiga fôr,será sem dúvida a mais bonita para mim e os objectos usados que pontualmente compro em lojas da especialidade e afins,tornam-se num ápice,muitíssimo especiais. Há pouco tempo uma pessoa amiga ofereceu-me uma balança que tinha "perdida" lá por casa,gesto esse envolto de mil desculpas porque a dita estava com uma certa ferrugem..."Não faz mal! é assim mesmo que eu gosto...! porque se fosse luzidia,não teria a mesma piada!" - é verdade,é mesmo assim e lá vim eu contente com a minha "nova-velha" balança.
E casas com o pé direito muiiito alto?? uma paixão muiiito grande. Mesmo. Por vezes tenho de disfarçar (e não estou certa de disfarçar muito bem),porque se acontece a felicidade de entrar numa destas casas cuja idade já se perde um pouco no tempo  (e curiosamente aconteceu neste fim de semana),eu "perco-me" a olhar "para o ar" e abstraio-me um bocado da realidade. Não estou a "olhar pró balão",mas sim a olhar "pró tecto".
De resto,lojas,restaurantes,roupas,tudo aquilo que tenha este ar genuinamente antigo (e há pessoas que o recriam tão imensamente bem...), faz-me perder de amores. Por exemplo, Amesterdão,a minha cidade de eleição (da qual eu numa próxima encarnação irei ser nativa) é pródiga e absolutamente perfeita em tudo isto que acabei de referir.
Mas fico feliz por ver que neste meu país também já há conceitos tão inovadores,em que um café/restaurante já vai bem mais além do que as paredes em azulejo,o balcão com a vitrine e as prateleiras de garrafas. Já há,de norte a sul,muitos e bons espaços,pródigos em imaginação e que resultam num verdadeiro prazer aos olhos. Um breve (mas giro) exemplo,é o restaurante "Três 15 dias" aqui perto de mim,em Setúbal: confesso que saio de lá amplamente "alimentada",a comida é óptima e o espaço/decoração
absorve-me inteiramente.




E posto isto,resta-me francamente concluir que sou uma rapariga de "coisas antigas". Mesmo.

4 comentários:

  1. Tens a certeza que este post não é sobre mim? :) Os livros que eu cheiro sempre, a ferrugem que não é mais do que alma e história nos objetos... E comigo estás à vontade: sempre que fores lá a casa - já não vais há tanto tempo :( - podes olhar o tempo que quiseres para os tetos altos e descobrir, muito provavelmente, umas rústicas teias de aranha. Beijinho grande Cláudia

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    1. My dear Rachel*** :) pois tu tens exactamente uma destas "cenas antigas" mais bonitas,das quais eu tive o privilégio de presenciar: a tua casa idílica e maravilhosa. Este post também é para ti,sim senhor :)
      Obrigada e um grande beijo ;)*

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  2. tens que visitar a nossa loja** vais adorar! partilhamos estes gostos todos, é incrível como a ler-te me oiço!

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    1. Acredito que sim :) e a Alex também está "farta" de me falar (bem) de ti,portanto,um dia conheço a loja...e a ti*

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